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Teresa Gonçalves

Teresa Gonçalves

46 anos, artesã, Vila Franca de Xira

“Nunca proibi as minhas filhas de vir à rua brincar sozinhas, mas já não deixo a minha neta fazer o mesmo. É a sociedade que nos oferece o Governo. Foi isto que quis evitar quando regressei da Venezuela para Portugal. Com mais ajuda aos necessitados seria mais fácil combater os problemas sociais e a criminalidade que daí resultam”.

Na última semana, foi assinalado o Dia Internacional da Mulher. Há paridade entre os géneros?Divorciei-me exactamente por não me sentir mulher, respeitada, a nível intelectual. Em Portugal já atingimos um nível razoável de paridade, mas há trabalho a fazer. A geração mais nova foi criada para estudar e tem menos jeito por exemplo para as tarefas domésticas, mas quando vão viver juntas as pessoas aprendem uma com a outra. Faltam sete meses para as eleições autárquica. Já se nota o clima de campanha?Um pouco na televisão, mas ainda nada me cativou. Talvez não estivesse receptiva, porque tal como a maior parte das pessoas estou farta de ouvir discursos e promessas com pouca acção. Que pensa dos planos da associação de beneficiários da Lezíria Grande para dinamizar a zona?Era tão bom que essa área fosse desenvolvida. No centro da cidade estamos perdidos. Não há dinamismo económico. E no concelho apenas Alhandra consegue ter vida, tal como em Vialonga. Alverca, a maior cidade do concelho, é dormitório. Temos de explorar os espaços envolventes e aproveitar o dinamismo da população mais jovem. O turismo, novos empregos e até locais de formação, mesmo que na agricultura, trazem sangue novo ao concelho. Com os mais velhos já não podemos contar. Sente-se segura nas ruas do concelho?Nunca proibi as minhas filhas de vir à rua brincar sozinhas, mas já não deixo a minha neta fazer o mesmo. É a sociedade que nos oferece o Governo. Foi isto que quis evitar quando regressei da Venezuela para Portugal. Com mais ajuda aos necessitados seria mais fácil combater os problemas sociais e a criminalidade que daí resultam. Como vê o presidente Hugo Chávez enquanto político?Chávez acha-se um romântico, mas é um ditador. É um político que tenta comprar as pessoas. Mas também não é tão mau como se diz por cá. Implementou regras diferentes na educação e no acesso à música, generalizando-as. Que música ouve habitualmente?Gosto de música latina. O ritmo e o som são contagiantes. Também gosto de música popular, mas ouço menos. Em geral os portugueses são muito pessimistas e a música que ouvem reflecte esse sentimento.Como vê o futuro?Fazemos muita questão em ter coisas que não são essenciais, mas divertimo-nos pouco. Temos que viver o dia-a-dia porque o futuro nunca é certo.
Teresa Gonçalves

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