
Semáforo avariado em frente a escola preocupa pais e autarcas
Desde Outubro que o semáforo está desligado na zona mais sensível da Portela das Padeiras
O semáforo em frente à escola de 1º Ciclo da Portela das Padeiras, em Santarém, está desligado desde Outubro do ano passado. A situação é confirmada pelos pais e encarregados de educação dos alunos da escola e preocupa quem ali se desloca diariamente. A avaria impede que os peões accionem o sinal vermelho para automóveis, de modo a garantir o atravessamento da movimentada EN 3 em segurança. Falta ainda uma passadeira marcada e visível e não apenas as duas faixas brancas que existem ao longo do atravessamento.É sexta-feira e Manuel Faustino vai levar o neto Afonso à escola cerca das 13h00, hora para entrar. Mora na Portela e vai sempre pela berma da estrada, do lado da escola, e nunca tem de atravessá-la. Mas reconhece que o perigo está à espreita. “Todos os semáforos fazem falta mas especialmente este na zona onde circulam todas as crianças e acompanhantes, porque os condutores não respeitam a passadeira”, refere o morador. Rosário Duarte estaciona o carro do lado contrário da escola. Atravessa e vai esperar o filho junto à entrada do estabelecimento, deslocada para uma rua paralela, para evitar que as crianças saiam das aulas e fiquem com a estrada à sua mercê. “O local está um bocado abandonado, as bermas estão más e no Inverno torna-se difícil o transporte. Com os semáforos desligados torna-se mais difícil passar de um lado para outro”, analisa. O mesmo pensa Maria Afonso que sai da escola a acompanhar o filho até ao carro. “Há sempre crianças a passar e com o semáforo desligado os condutores não respeitam os peões”, constata.Dos dois lados da estrada há ainda paragens de autocarro, o que aumenta a confusão junto à escola. Dos cinco semáforos da Portela das Padeiras apenas dois têm controlo de velocidade das viaturas. Os restantes funcionam por accionamento do botão para atravessamento de peões. O vereador da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, refere que a competência da manutenção dos semáforos pertence à Estradas de Portugal (EP) e que tanto o município como a Junta de S. Salvador têm enviado diversos ofícios a alertar para a necessidade de colocar o semáforo a funcionar.Após insistência, o autarca de S. Salvador foi informado pela EP que a empresa estatal só fará uma intervenção quando for lançado um concurso público para reparação semafórica de âmbito distrital. Uma informação confirmada a O MIRANTE pela EP, sem especificar uma data para qualquer intervenção. “Entretanto, um encarregado informou-me que os semáforos estão com um curto-circuito. Voltei a enviar novo ofício a solicitar urgência na acção já que esta situação é sensível e esperamos que não volte a suceder qualquer problema”, sustenta Abílio Mota Ribeiro.O presidente da junta reconhece também a necessidade de se fazer a reparação das bermas e lembra que em reunião com o director de Estradas de Santarém foi informado que existe um plano para construir passeios, valetas e outras infra-estruturas ao longo da EN 3 na Portela das Padeiras. “Mas provavelmente só irá por diante quando as obras de construção da variante estiverem concluídas e a estrada desclassificada”, estima.Insegurança fez vítima mortalA 21 de Março de 2000 o jovem Pedro Graça, de dez anos, foi atropelado mortalmente numa passadeira, na Portela das Padeiras. Acabara de sair das aulas de karaté nas instalações do Cruz de Cristo Futebol Clube quando foi colhido pela viatura. A mãe assistiu a tudo do outro lado da estrada. O Movimento para uma Nova Imagem da Portela das Padeiras (MONOI) vinha reclamando por mais segurança no local, “convidativo” a altas velocidades. Viriam a ser instalados os semáforos activados por velocidades acima dos 50 quilómetros/hora, além de outros que funcionam por activação de um botão no semáforo para peões. Com o semáforo em frente à escola avariado há mais espaço para os condutores “abusarem” do acelerador.

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