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José Januário

José Januário

48 anos, Engenheiro Civil

José Monteiro Januário, 48 anos, engenheiro civil, foi o autor do edifício mais polémico na vila da Chamusca. Casado e pai de dois filhos, vive na terra onde nasceu e considera a Chamusca uma vila agradável porque tem qualidade de vida e está a uma hora de Lisboa. Num momento de crise, a Gabicrel não tem mãos a medir na elaboração de projectos para obras de câmaras e instituições da região apoiadas por fundos comunitários. O projectista considera que a obra mais complicada foi a casa onde vive.

Desde muito cedo que me interesso pela engenharia e arquitectura. As áreas da matemática e das ciências eram as mais fáceis para mim e foi fácil descobrir a minha vocação profissional quando estudei na Chamusca e em Torres Novas, antes de ir para a Faculdade para Lisboa. Gosto do que faço, procuro estar sempre a evoluir, fazendo cursos e formação nas várias áreas.Nunca tive problemas de falta de trabalho. Acabei o curso e comecei a trabalhar na semana seguinte na faculdade. Depois do serviço militar trabalhei em duas empresas até montar o meu projecto com este gabinete. O nome Gabicrel surgiu depois de analisadas dezenas de hipóteses. Era o único que podia ser registado e assim ficou. Não tem nenhuma relação com a família.A empresa está na Chamusca, mas a maior parte do nosso trabalho é feito para outras câmaras e instituições. Fazemos lares de idosos, creches, unidades de cuidados continuados. Estamos vocacionados para obras públicas de média dimensão. Neste momento estou a fazer projectos para obras candidatas ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Tenho toda a equipa envolvida para conseguirmos cumprir os prazos. Temos de aproveitar estas oportunidades em que o volume de trabalho aumenta.A casa mais difícil de projectar até hoje foi a minha. Andei dois anos a estudar o projecto e na primeira semana troquei o espaço de entrada por uma casa de banho e acho que foi uma boa alteração. Gosto de inovar nos projectos e há sempre alterações até à proposta final.É impossível fazer uma obra sem erros, omissões e trabalhos a mais. Mas por vezes há um exagero porque o projecto não é bem feito, ou falha a execução. A pressão para fazer depressa e bem também contribui para essas derrapagens. Sou a favor da responsabilização dos técnicos quando erram. Há muitos anos que tenho um seguro para eventuais problemas, mas felizmente nunca aconteceu. Ainda agora no lar de idosos do Entroncamento a percentagem de erros e omissões foi reduzida. A maioria das câmaras paga a 12 meses e algumas mais. Felizmente tenho outras actividades que não me obrigam a estar dependente do gabinete e permitem suportar alguns atrasos nos pagamentos. Penso que o Estado deveria melhorar os prazos de pagamentos porque isso cria dificuldades às empresas.O edifício sede da Gabicrel foi o resultado de uma noite mal dormida onde resolvi fazer este projecto fora do vulgar que foi tão falado a nível nacional. Foi um projecto arrojado, mas que foi aprovado à primeira na câmara. Não o fiz para ser polémico, mas foi bom porque ficaram a conhecer a nossa empresa também pela sede arrojada e colorida.Cada projecto, por mais parecido que seja, é um caso. Depende da localização, da área de implantação, da exposição solar, da envolvente, do destino a dar ao edifício e de um conjunto de factores que têm de ser bem analisados previamente. A nova legislação veio exigir estudos térmicos dos edifícios, mas nós já estamos peritos nesta área onde ando a fazer formação desde 2006.Sempre vivi na Chamusca mas não sou aficionado. Só vi uma corrida de toiros e foi em Espanha. Estou a trabalhar no projecto de requalificação da praça de toiros da Chamusca e faço-o com muito gosto por ser um espaço da minha terra. Nos meus tempos livres gosto de viajar, ler, ir ao cinema, passear e fazer natação. Nelson Silva Lopes
José Januário

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