Prova de aeromodelismo no pavilhão do Sobralinho
Cada modelo pesa em média 120 a 130 gramas e com 300 euros já se pode adquirir um bom equipamento
Organizada pelo Clube de Aeromodelismo de Alverca do Ribatejo a prova contou para o campeonato nacional. Clube espera ter em breve uma sede onde será criada uma escola de iniciação ao aeromodelismo.
Mário e António Vilaça fizeram mais de trezentos quilómetros pela paixão à modalidade e para competir na terceira e última prova do Campeonato Nacional da classe de acrobacia radiocontrolada em recintos fechados, na qual cada concorrente executou uma série de figuras, segundo um esquema aprovado pela FAI (Federação Aeronáutica Internacional). Natural de Braga, Mário Vilaça, designer de 49 anos, há mais de 33 que pratica aeromodelismo e não tem dúvidas em apontar a principal mudança que ocorreu em três décadas. “A evolução tecnológica marcou este desporto, principalmente nos últimos anos permitindo que mais pessoas aderissem”, refere.Amante da modalidade, diz que não é cara e não se arrepende do que gasta. “Dou por muito mais bem empregue o dinheiro em aviões do que aquele que gasto em tabaco. Nesta modalidade indoor uma pessoa pode ter o melhor avião com o melhor equipamento do mundo com 300 euros. Há outras classes em que aí o preço já é proibitivo para muitas carteiras”, conta Mário Vilaça.O bracarense foi o responsável pela iniciação na modalidade, há dois anos, do seu filho António, que com sete anos foi o mais novo dos oito participantes na prova. “Ajudo o meu pai na pintura, na escolha das peças e montagem dos modelos”, afirma o jovem no final da sua actuação.Com modelos a pesar entre 120 e 130 gramas construídos em Deprom (esferovite compactada) a prova contou com dois programas. Um aprovado pela FAI (A) e outro pela Federação Portuguesa de Aeromodelismo (B), mais ligeiro, que serve de trampolim para as provas do programa (A).A competição, denominada II Troféu F3P, decorreu no Pavilhão Municipal do Sobralinho durante o sábado, 28 de Março e contou com a organização do Clube de Aeromodelismo de Alverca do Ribatejo com o apoio da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.Rui Fonseca, presidente do clube ribatejano fez um balanço positivo da competição e espera que na prova do próximo ano, participem também alguns dos 14 associados do Clube de Aeromodelismo de Alverca do Ribatejo. Formado em Setembro de 2006 espera ter uma nova casa. “O nosso clube vai ter muito em breve uma sede e um espaço para criarmos a nossa escola de iniciação ao aeromodelismo”, revela Rui Fonte. O objectivo inicial é o de começar pela divulgação da modalidade junto das escolas e das camadas mais jovens, tendo por base o facto de Alverca ser a cidade aeronáutica. Presente no evento esteve o Presidente da Federação Portuguesa de Aeromodelismo (FPAm). Luís Loureiro de Sousa salientou que a modalidade teve uma adesão bastante significativa há cerca de três anos e que desde então os números não pararam de crescer, impulsionados pelo aumento dos clubes.Considera que o aeromodelismo é um desporto de elite não pelo dinheiro que se gasta mas sim pelas pessoas que o praticam. Quanto aos incentivos, considera que são muito poucos e que a federação vive das cotas e das licenças desportivas emitidas.”Neste país só há apoios para o futebol e pouco mais”, lamenta o presidente da FPAm.
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