Bafejado Manuel Serra d’Aire
A apresentação da recandidatura de Moita Flores à Câmara de Santarém foi realmente um espectáculo cénico de grande qualidade onde tudo foi pensado ao pormenor, dos protagonistas aos actores secundários, passando pelos ausentes que deram tanto nas vistas como aquelas meninas da JSD que me fazem crescer água na boca. Podem ficar descansados aqueles que pensavam ter perdido um grande argumentista e escritor quando Moita Flores entrou na vida autárquica. O homem está em grande forma e não cessa de nos surpreender na sua arte de criar. Espera pelo 10 de Junho e vais ver…Acho que Moita Flores devia dramatizar e levar à televisão a história que está por detrás da anunciada canonização de D. Nuno Álvares Pereira. Segundo rezam as crónicas, o milagre que conferiu tal distinção teve como protagonista uma senhora de Vila Franca de Xira. Uma cura milagrosa reconhecida pelo Vaticano foi relatada pela senhora, que sofreu lesões no olho esquerdo por ter sido atingida com salpicos de óleo a ferver quando estava a fritar peixe.Ao que disseram os médicos, a cura não tem explicação científica. E os teólogos, gente entendida nestas coisas sem explicação e que arranja remédio para tudo e mais alguma coisa, não teve dúvidas: a cura resultou da intervenção de D. Nuno Álvares Pereira. Ora aqui está mais um caso de flexibilidade laboral, um exemplo para todos os trabalhadores portugueses. Depois de ter dado uma lição táctica e uma carga de porrada aos castelhanos em Aljubarrota com a ajuda de uma padeira (e só por isso já merecia ser santo), depois de ter enveredado pela vida monástica abdicando de prebendas e mordomias (faz-me lembrar os políticos de hoje que vão para a Galp e para o BCP), D. Nuno faz melhor que Moita Flores: resolve problemas de visão sem necessitar de enviar os pacientes a Cuba. Se isto não merece uma canonização, o que merece então?Como sabes D. Nuno Álvares Pereira tem ligações fortes a Ourém e é conhecida a rivalidade entre a sede de concelho e Fátima. E se Fátima tem os pastorinhos bem vistos no Vaticano, Ourém não podia ficar atrás. Cá para mim há ali mão do governador civil Paulo Fonseca, um oureense de gema que de vez em quando também assina como Paulo Homem Fonseca. Como se alguém duvidasse da sua masculinidade…Por último, mais uma das questões transcendentes que me roubam horas de sono. A mudança da hora não devia ser na madrugada de domingo. Sobretudo a mudança para a hora de Verão. De certeza que há ali mão do grande capital. Roubar-nos uma hora de borga de sábado para domingo é digno de participação à polícia. Vê lá se põem a mudança da hora a uma segunda-feira de manhã para nos livrarem de uma hora de trabalho. É o tiras!!!Cumprimentos místicos do Serafim das Neves
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