Pais pedem ajuda para manter filhos ocupados nas férias da Páscoa
Quando as escolas fecham, os pais abrem os cordões à bolsa. Sem "estruturas alternativas", a maioria dos pais do milhão e meio de estudantes que entraram de férias da Páscoa enviam os filhos para casa dos avós ou inscrevem-nos em actividades que podem chegar aos 300 euros semanais.Apesar de serem um problema, as férias "são uma realidade e uma necessidade", pelo que é necessário pensar em "soluções em parceria, e logo num primeiro momento, com a escola”, defende a socióloga Maria das Dores Guerreiro, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), e especialista na relação entre vida profissional e familiar. Segundo ela devia haver uma estrutura alternativa que estivesse pensada para que o problema não fosse remetido para os pais como sendo um problema individual”. No entanto a especialista sublinha que a “escola sozinha não pode dar resposta a tudo” e que por isso é preciso relacionar toda a comunidade, incluindo o mercado privado.O vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), António Amaral, concorda. “Devia haver alternativas num trabalho de parceria entre pais, escola e autarquias”, defende, destacando que há já “bons exemplos”. Segundo ele, as maiores dificuldades estão no segundo e terceiro ciclo de ensino básico, quando as crianças têm entre seis e 15 anos.Os gastos das famílias com as férias da Páscoa são elevados por não serem a “comunidade e o Estado a assumir” as opções, mas sim o mercado: “As poucas ofertas que há estão no sector privado e a preços incomportáveis”, realça a socióloga Maria das Dores Guerreiro, para quem as férias escolares podem até ser um motor da economia.“Podíamos explorar melhor na nossa sociedade as necessidades que as crianças e as famílias têm e que não estão preenchidas. Há uma lacuna na oferta de serviços, que podia ser proporcionadora de emprego, de mais desenvolvimento e algum estímulo da actividade económica se tivéssemos actividades concertadas”, defende.E uma disponibilização "massiva" de serviços associada a uma grande procura faria baixar os preços, considera. António Amaral confirma que a oferta existente para as férias “está longe de ser suficiente” e é “maioritariamente privada e paga-se”.
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