Noras quer Rui Barreiro como líder da lista do PS à Câmara de Santarém
Actual vereador descarta a hipótese e só está disponível para a assembleia municipal
O actual presidente da concelhia diz que Rui Barreiro devia aproveitar a oportunidade de reverter um cenário que não lhe correu bem há quatro anos, quando foi derrotado por Moita Flores.
A concelhia de Santarém do Partido Socialista deve escolher na noite de 7 de Abril o seu cabeça de lista à câmara municipal. Para já não há nomes assumidos, mas o presidente da concelhia, José Miguel Noras, gostava de ver como candidato Rui Barreiro, ex-presidente de câmara e candidato derrotado em 2005 por Moita Flores e pelo PSD. Uma hipótese que o actual vereador Rui Barreiro rejeita liminarmente e em definitivo, admitindo apenas como possibilidade ser o cabeça de lista à assembleia municipal.O presidente da concelhia socialista de Santarém confirma que Rui Barreiro já terá manifestado vontade em ser candidato à assembleia municipal – “e acho que também não é uma situação a pôr de parte desde que o PS o entenda” – mas considera que “faria muito mais sentido liderar a lista à câmara”. Até porque “há apoios conhecidos a essa possibilidade dentro do PS e seria a oportunidade de reverter um cenário que não lhe correu bem há quatro anos”, diz Noras referindo-se à derrota nas autárquicas antes de classificar o ex-presidente como “um homem de coragem”.“Da mesma forma que o PSD apresenta o mesmo candidato, não veria inconveniente que o PS apresentasse o mesmo candidato de 2005, para mais sendo um autarca que se manteve até agora em funções, que conhece os dossiês e que teve um resultado nas eleições que, mesmo não ganhando, não foi um mau resultado”, afirma Noras, reforçando que Barreiro teria aí “uma oportunidade soberana para demonstrar que se tratou de um desaire pontual na sua carreira política”.José Miguel Noras, que garante não ser candidato a nenhum cargo autárquico no concelho de Santarém, vai mesmo mais longe: “Quem dera a mim estar numa situação de me permitirem uma segunda oportunidade se tivesse perdido anteriormente. Eu não a desaproveitaria”. Confrontado com essas declarações, Rui Barreiro confirma que deixou em aberto a possibilidade de ser cabeça de lista à assembleia municipal, caso houvesse sintonia com o candidato à câmara. Mas mais do que isso está fora de hipótese. “Essa possibilidade nunca se pôs. É a minha posição definitiva sobre o assunto. Essa solução a ser considerada já devia ter sido estudada há mais tempo”, declarou a O MIRANTE. Aliás o actual vereador da Câmara de Santarém nunca deu sinal ao longo do mandato de se perfilar novamente como cabeça de lista do PS à câmara e há alguns meses disse claramente em reunião do executivo que não seria candidato a presidente.A recusa de Rui Barreiro é mais um episódio na dança dos nomes que tem sido uma constante nos últimos meses sem que José Miguel Noras tenha conseguido encontrar alguém disponível para enfrentar Francisco Moita Flores nas urnas. A secretária de Estado e ex-vereadora Idália Moniz, o governador civil Paulo Fonseca e o ex-presidente da Câmara de Lisboa João Soares foram nomes falados e que terão chegado a integrar sondagens. Mas sem resultados concretos.José Miguel Noras está convencido que dia 7 de Abril vai haver fumo branco e diz que há dois militantes que já terão manifestado a disponibilidade para irem a votos, mas pediram que só na reunião da comissão política essa intenção seja conhecida.Contas antigas entre Noras e BarreiroJosé Miguel Noras e Rui Barreiro disputaram em 2001 o lugar de cabeça de lista do PS à Câmara de Santarém. Na altura era Noras presidente da câmara, mas a hesitação na apresentação da recandidatura facilitou a angariação de apoios por parte de Barreiro que acabou por ser o candidato. O PS ganhou as autárquicas mas perdeu a maioria absoluta que detinha na vereação pela mão de Noras. A cisão que se registou então no seio do PS escalabitano, e que quase levou Noras a concorrer como independente, ainda hoje produz efeitos. O partido nunca mais foi o mesmo em Santarém e os resultados nas eleições locais também não. Em 2005, o PSD com o independente Moita Flores à cabeça conquistou a câmara com maioria relativa. E surge como favorito às eleições do próximo Outono.
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