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“O PS tem dado uma imagem de cobardia em Santarém”

Militante número um da concelhia socialista escalabitana parte a loiça em debate promovido pelo partido
O militante número um da concelhia de Santarém do PS considera que o partido não tem sabido fazer oposição à maioria PSD que governa o concelho. E diz que o PS se tem “acobardado” perante o presidente da câmara Francisco Moita Flores (PSD), a quem José Churro Faustino classifica como um “OVNI libertador”.“Temo-nos deixado insultar e chamar-nos tudo e o partido tem dado uma imagem de cobardia”, declara um dos fundadores do PS em Santarém, acrescentando que “em Santarém o PS não tem feito uma oposição capaz”. José Faustino lançou essas críticas durante o debate “Santarém que futuro?”, organizado pela concelhia socialista na noite desta terça-feira, 31 de Março, num hotel da cidade. Um encontro que contou com a presença de cerca de cinquenta pessoas, que ouviram atónitas o militante número um e presidente da assembleia-geral da secção de Santarém do PS. José Faustino aludiu à perda de influência de Santarém no contexto regional e nacional, à falta de líderes locais com relevância nacional e ao esvaziamento de serviços públicos.Quanto às próximas autárquicas, considera que o partido deve apresentar um candidato que possa ganhar a Câmara de Santarém. “A ideia de que este libertador é invencível é estúpida”, afirmou, acrescentando que “para devolver Santarém aos escalabitanos” tem que se apostar numa “boa candidatura”. Dirigindo-se à nomenclatura local do PS, disse ainda que o partido tem de se abrir à sociedade – “e vocês não sabem o que isso é” – e que “por vezes confunde-se o partido com uma agência de emprego”.“Não foi assim que nasceu o PS. Nasceu da abertura à sociedade para encontrar as pessoas mais válidas”, reforçou José Faustino, adiantando que o objectivo deve passar por “escolher uma figura para ganhar, se é que querem ganhar”.Relativamente ao tema do debate, continuou o seu discurso cáustico e desassombrado. “O PS só tem legitimidade para falar do futuro de Santarém se tiver um gabinete de estudos que trate dos problemas com seriedade. Porque isto já lá não vai com palpites. Estamos numa capital de distrito que devia ter líderes e ter posições claras”, declarou José Faustino pouco antes de concluir a sua intervenção e abandonar a sala.O presidente da concelhia socialista, José Miguel Noras, concordou em parte com o discurso. Considera que não há impossíveis na vida autárquica e recorreu à metáfora do Titanic – o navio colossal que se afundou ao embater no primeiro iceberg – para sugerir que Moita Flores não é invencível. “O PS só poderá ganhar a câmara se perceber que a perdeu. E devia ter percebido mais cedo que a liderança autárquica mudou. O PS não se conseguiu adaptar com a celeridade devida”, considerou, evocando algumas posições no início do mandato que poderão ter passado para a opinião pública uma imagem de mau perder por parte dos socialistas.

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