Faleceu o taberneiro mais antigo de Santarém
Tinha 96 anos e era o taberneiro mais antigo de Santarém. Chamava-se José António. Apenas José António, nome com que fora registado. Faleceu na terça-feira, dia 24 de Março. Esteve perto de 70 anos ao balcão do Retiro do Caçador, na ponte do Celeiro. Não gostava de ouvir palavrões e adorava contar histórias. Em 2003, despedia-se do jornalista de O MIRANTE que o acabara de entrevistar com uma indicação para colocar na reportagem. “Quem não se importar de ser servido por um velho e de ouvir histórias pode aparecer por cá que tem sempre um bom vinho à espera”. O taberneiro que abarcou a profissão depois de se cansar do trabalho do campo, também tinha veia poética. Um dos letreiros já carcomidos que havia na taberna rezava assim: “O tabaco não se fia / Nem de noite nem de dia / Porque o fiado me dá pena /A pena me dá cuidado / Antes quero viver com pena / Do que vender fiado”. Dizia que a melhor coisa da vida eram os amigos. “Vem muita gente de fora visitar-me”, confidenciava sorridente.
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