José Graça Ferreira
50 anos, Tomar, empresário de restauração
“Os turistas adoram visitar a cidade mas à noite, quando deixam o seu quarto de hotel para passear um pouco, não existe animação. As ruas estão vazias. Penso que não será complicado nem oneroso delinerar um conjunto de iniciativas para, por exemplo, se animarem as noites de Verão”
Porque é que apostou na abertura de um café em pleno centro histórico de Tomar?Quando regressei da Suíça, onde estive emigrado durante mais de vinte anos, tinha o projecto para abrir um restaurante. Por causa da burocracia, fui obrigado a procurar outro ramo de negócio. Vim a este café, gostei muito dele e passados dois anos consegui fechar o negócio. Apesar dos outros comerciantes se queixarem da desertificação da zona eu estou muito satisfeito. Superou as minhas expectativas. Corrobora da opinião de que a desertificação desta zona prejudica bastante o negócio?É muito fácil dizer que isto está mal. Eu acho que devemos arregaçar as mangas e fazer qualquer coisa para inverter a situação. Uma das grandes lacunas em Portugal é o atendimento que se faz. Vamos a qualquer loja de comércio e o atendimento que nos é feito deixa muito a desejar. Um sorriso na cara e um atendimento correcto são um investimento barato e com retorno garantido. São estas pequenas diferenças que agarram os clientes. Considera que a sorte é uma aliada do sucesso?Para tudo na vida é preciso sorte mas tem que haver mais qualquer coisa. Seja na organização do negócio ou no atendimento ao cliente. Se não houver valor no nosso trabalho a sorte não chega para termos sucesso. Temos que estar em constante formação. O que gosta de fazer quando não está a trabalhar?Pelo futebol faço tudo, mesmo tendo consciência que prejudico o convívio com a família e até o meu negócio com as minhas ausências. Para além de treinar, também jogo nos veteranos da União de Tomar e isso ocupa-me bastantes horas por semana. Para mim, o desporto em geral, e o futebol em particular, é uma grande paixão. Por falar em futebol, que opinião tem das equipas de desporto de Tomar?O grande problema, tanto do U. de Tomar como da Escola de Futebol, são as dificuldades financeiras que se agravam desde há cerca de vinte anos. Isto condiciona os resultados da equipa. Além disso, considero que em Tomar não há condições para a prática de desporto. Acho que é uma situação grave quando, por exemplo, temos que ir pedir aos concelhos vizinhos para nos deixarem ir lá jogar só porque em Tomar os equipamentos já estão ocupados. Se mandasse, construía um novo campo de futebol para as crianças poderem treinar à vontade. O que é que faz falta na sua cidade?Os turistas adoram visitar a cidade mas à noite, quando deixam o seu quarto de hotel para passear um pouco, não existe animação. As ruas estão vazias. Penso que não será complicado nem oneroso delinerar um conjunto de iniciativas para, por exemplo, se animarem as noites de Verão.
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