Em Almeirim passou-se dos sobreiros para a lenha em menos de um fósforo. Aquele é um concelho de gente pragmática. Gente que não perde tempo. Se havia lenha a empatar na câmara porque é que o vereador José Carlos Silva não a podia vender ao cunhado? E não tendo o cunhado espaço para ela porque não haveria de se oferecer para lha guardar em casa? E imagina que o cunhado não tem lareira nem forno. Haverá algum problema se o vereador filantropo se oferecer para dar uso à lenha? Eu não sei como há gente mesquinha a interessar-se por estas ninharias. E mesmo essa coisa dos trabalhadores da câmara irem pôr a lenha lá a casa. Afinal os carros do município estão ou não estão ao serviço do povo? Invejosices é o que é.Com os sobreiros é o mesmo. Tanto sobreiro que há por esse país fora e ainda há gente que quer mais. Qual é o problema de deitar uns abaixo para fazer uma prisão em Paço dos Negros? Não me digam que querem fazer as prisões em cima das árvores?! Era giro. Reconheço que era giro. Os presos a brincarem na casinha da árvore e a irem aos ninhos na hora do recreio. Mas em dias de vento aquilo era capaz de abanar. Quem deve ter inchado de orgulho foram os sobreiros. Tanto tempo ali sem ninguém lhes ligar e, de repente, são estrelas da novela “Santíssimo Chaparro” ou lá o que é. Eu até já tenho a colecção de cromos e um porta-chaves ecológico com a frase: “Salvemos o sobreiro do concelho de Almeirim”. Se o pessoal de Almeirim anda numa onda ecológica, o de Alpiarça é mais virado para a música. Pelo menos lá para os lados do PS. Imagina tu que a candidata deles à presidência da câmara se chama Sanfona. Eu já tinha ouvido falar nos sanfoneiros do Brasil. Agora temos os sanfoneiros de Alpiarça. Acho que é assim que se chamam os apoiantes da Sónia Sanfona. E outra coisa. Em matéria de quotas femininas os socialistas daquele concelho pedem meças. Tinham uma Vanda Nunes que até já é presidente mas quiseram mostrar que ali não basta ser mulher para entrar numa lista. Foram buscar a Sónia. E daqui até às eleições sabe-se lá se ainda arranjam outra. Espero que seja uma Mafalda Contrabaixo ou uma Elisa Ferrinhos, pelo menos. Nestas coisas não há nada melhor que dar música ao povo.Eu devia dar mais atenção ao que escrevo. Apesar do aviso que estes nossos e-mails têm a encimá-los há sempre quem os venha espreitar. Mal dispostos crónicos, políticos cinzentões, eu sei lá. E em ano de eleições a tentação é muita. Além disso o Engº Sócrates está a fazer escola. Forças obscuras, conspirações, cabalas são vistas todos os dias, em todo o lado, por todas as pessoas que integram listas de candidatos. Sejam candidatos às câmaras ou assembleias de freguesias. A Direcção Geral de Saúde devia estar atenta. Cá por mim até devia promover uma campanha nacional de vacinação contra a esquizofrenia política. Ou mandar distribuir umas pastilhas de bom-senso entre os candidatos, candidatos a candidatos e apoiantes ferrenhos.Mas eu até compreendo o que se passa. Após quatro anos de marasmo o povo quer alguma diversão. Numa campanha eleitoral todos podem dizer as maiores barbaridades que ninguém lhes leva a mal. Cada eleição é um carnaval. E eu só não entro porque faltam as meninas das escolas de samba e eu de cabeçudos já estou farto.Um abraço de rachar lenha do Manuel Serra d’Aire