Trabalhadores da Fiação de Torres Novas recebem ordenado às prestações
Sindicato reuniu na terça-feira com administração com o objectivo de encontrar uma solução que permita a manutenção dos 150 postos de trabalho
Os trabalhadores da Companhia Nacional de Fiação e Tecidos de Torres Novas, S.A., uma empresa têxtil que produz atoalhados e roupões em tecido turco, vivem dia de incerteza. Os cerca de 160 funcionários, na sua maioria mulheres, ainda não receberam o subsídio de férias e de Natal correspondente ao ano de 2008 e estão a receber o salário pago em duas prestações. O clima de instabilidade salarial sente-se desde Dezembro de 2007, altura em que não foi pago o subsídio na altura certa, tendo a empresa corrigido a situação mensalmente. “Os dias de pagamento são muito incertos. Nos últimos meses o pagamento mensal é feito por duas vezes”, revela uma das trabalhadoras que solicitou reserva na identidade. O MIRANTE apurou que a empresa pagou na passada semana 50 por cento do salário relativo a Março. Nas últimas duas semanas o trabalho tem escasseado, por falta de materiais para o fabrico de encomendas, pelo que as trabalhadoras dedicam-se à limpeza e arrumação das oficinas. “Recebemos pouco mais do que o ordenado mínmo, esta situação é insustentável para nós”, reclama a mesma fonte .Na tarde da última terça-feira, 7 de Abril, o representante do sindicato dos têxteis reunia com a administração com o objectivo de encontrar uma solução que vise atender as necessidades dos trabalhadores. “Confiamos na manutenção dos postos de trabalho e na viabilidade económica da empresa”, disse Joaquim Mendes António momentos antes de se reunir com a administração.A situação de instabilidade económica que se vive na Companhia Nacional de Fiação e Tecidos de Torres Novas, uma empresa fundada em 1845, foi agravada devido à falência de uma empresa britânica, cliente da Fiação de Torres Novas, que ficou a dever cerca de 200 mil euros em mercadorias adquiridas. Neste momento, segundo uma das trabalhadores são mais as encomendas nacionais do que as internacionais. A relação entre o accionista maioritário da empresa e os seus trabalhadores tem-se pautado pelo diálogo. “Disse que para os trabalhadores o dinheiro havia sempre de chegar”, afiança a mesma trabalhadora.O coordenador da direcção da União de Sindicatos de Santarém, Valdemar Henriques, confirmou a O MIRANTE a situação de debilidade que se vive na fábrica. “ É uma situação complicada pois estamos perante uma empresas que tem uma marca de qualidade mas que alega que tem falta de meios para investir de modo a atender às encomendas”, explicou o responsável que afiança ter questionado o governo sobre quais as medidas de apoio que podem ser disponibilizadas para apoiar esta empresa. Os trabalhadores da fábrica Fiação e Tecidos chegaram a paralisar a laboração durante algumas horas no dia 20 de Fevereiro, sexta-feira, mas o protesto foi suspenso depois de a administração da empresa ter dado garantias de pagamento da segunda prestação do salário de Janeiro. O MIRANTE tentou chegar à fala com o administrador da empresa, Adolfo Lima Mayer, mas na recepção da empresa disseram-nos ser impossível devido a estar em reunião. Também não respondeu às questões por nós enviadas, em tempo útil.
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