Encontrou-a numa antiga fábrica de Torrefação, numa viagem que fez a Ponte-de-Sôr. João António Testa, 49 anos, ostenta com orgulho a lata de “Café Domingão” uma preciosidade dos anos 20 que faz parte da sua grande colecção de milhares de objectos, todos relacionados com a indústria do café. Mora no Entroncamento e foi um dos duzentos participantes do Encontro Nacional de Coleccionadores de Tomar, organizado pelos Amigos do Coleccionismo, que teve lugar no sábado, 4 de Abril, no pavilhão municipal. “Faço muitas viagens ao Alentejo para pesquisar. Parei num tasco e indicaram-me a existência, nas redondezas, de uma fábrica de torrefação. Cheguei lá, o dono viu o meu gosto e interesse e foi ao sótão buscar três iguais”, resume.João Testa diz que sempre teve a mania de guardar coisas e de as estimar. O gosto por coleccionar objectos de café surgiu há vinte e três anos, no final de um almoço de amigos bem regado. Depois de pagarem a conta, perguntaram ao dono do restaurante se não oferecia nada. “Apontou para a mesa e disse-nos que podíamos levar o que queriamos”. Trouxe uma chávena de café e, nesse mesmo dia, arranjou outra. No dia seguinte repetiu o pedido e começou a alinhá-las em colecção. Um vício indomável até aos dias de hoje. Que o leva a viajar por todo o país. Que o leva a contar mais de três mil e duzentas chávenas, trinta mil pacotes de açucar e duzentas caixas de grão de café. Em casa construiu um anexo só para guardar a sua colecção. Neste encontro conseguiu arranjar cinco chávenas novas, alguns pacotes de açúcar e emblemas. “O que é giro, no meio disto tudo, é o convívio com pessoas de diferentes classes sociais e económicas”, refere. A família compreende o hobbie de João Testa e até partilha o seu apetite. “Quando damos um passeio qualquer vamos sempre à espera de encontrar algum material”, confessa de sorriso aberto. Elsa Ribeiro Gonçalves