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Solidade Gameiro

Comerciante de roupa, 40 anos, Alverca

“O Governo devia dar dinheiro para as fábricas não fecharem, para as pessoas poderem trabalhar e terem dinheiro. E acho muito estranho as empresas quererem todas ao mesmo tempo desatar a despedir pessoas. Está mal. Aproveitam a história da crise para se verem livres dos empregados, quando ela não chegou a todos ao mesmo tempo”.

Acha que os ribatejanos se vestem bem?Sim. Algumas pessoas vestem-se melhor, outras pior. Eu, por exemplo, visto o que calha, o que posso comprar. Gosto de coisas simples e ligo pouco à moda. Se vestisse o que está na moda em cada altura, não tinha dinheiro para viver. Sente a crise na sua bolsa?Sim, noto-a muito. As pessoas compram menos coisas, porque dizem que não têm dinheiro. Os clientes acham sempre tudo muito caro, mesmo que o preço dos produtos seja baixo. O que pensa do atraso dos computadores Magalhães?É pena que não cheguem a todos. Ao meu sobrinho já chegou um computador e até trabalhava bem. Mas esteve a mexer em alguma coisa e agora aquilo avariou. Agora, o computador está a arranjar. Acho bem que se dê computadores às crianças. Os computadores são bons e ajudam os miúdos a aprender melhor. A cidade de Alverca tem crescido muito?Quando vim para cá, há 40 anos, Alverca eram só duas casinhas. E mesmo na zona do Bom Sucesso, que hoje é enorme, havia pouca gente. Depois veio mais gente e isto cresceu muito, há muito mais pessoas. É bom porque há mais actividade e vendem e compram mais coisas. Há mais movimento. Há alguns anos, de comércio só havia a praça.O que pensa das novas grandes superfícies comerciais em Alverca?Servem para acabar com esta praça e com o comércio mais antigo. As pessoas vão quase todas aos centros comerciais grandes. E Alverca têm muitos supermercados. As pessoas que vendem há mais anos vão tendo menos clientes. Mas também se percebe que haja mais comércio, a cidade tem muita gente e só a praça não chegava. Como acha que vamos de emprego?As coisas estão mal de trabalho. O Governo devia dar dinheiro para as fábricas não fecharem, para as pessoas poderem trabalhar e terem dinheiro. E acho muito estranho as empresas quererem todas ao mesmo tempo desatar a despedir pessoas. Está mal. Aproveitam a história da crise para se verem livres dos empregados, quando ela não chegou a todos ao mesmo tempo. Já escolheu um local para passar férias este ano?Nunca tenho férias. Não há dinheiro. Quem vive das vendas nunca tem férias. É preciso vender todos os dias e não há tempo para descansar.Como foi a sua Páscoa?Passei a Páscoa em casa, com a família. Esta é uma quadra boa para juntar a família. É como o Natal, mas tem um significado ainda mais forte. Tem vontade de ir votar nas eleições europeias?Não. Nunca votei. Não é uma coisa que queira fazer. Eles, os políticos, é que sabem o que devem fazer. E são sempre os mesmos, mudando só de vez em quando. Votamos e fazem sempre a mesma coisa e nunca nada está bem. Por isso, não voto em nenhuma eleição.

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