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Os anjinhos que transportam nas asas de pano tradições familiares

Os anjinhos que transportam nas asas de pano tradições familiares

Tradições na procissão em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem em Constância

Na segunda-feira a seguir à Páscoa celebra-se em Constância Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira dos marítimos. Há procissão no Tejo e Zêzere com barcos engalanados e as ruas da vila são enfeitadas de flores.

Por detrás da cortina de veludo vermelha que separa o altar da igreja de Constância da sacristia a azáfama é grande. Prepara-se a missa que antecede a procissão em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem. É segunda-feira, treze de Abril, feriado municipal. Ângela Santos de 10 anos, está a vestir o fato azul de anjo que vai usar. A mãe, Cristina Bento ajuda-a. Sobre a cabeça leva um arco dourado com uma estrela preso por um elástico branco e nas costas umas asas transparentes orladas a branco com o desenho de um barco vermelho.Ângela é um dos quatro anjos que vai seguir no cortejo religioso que percorrerá as ruas enfeitadas de flores de papel e colchas penduradas nas janelas até chegar à confluência dos rios Tejo e Zêzere, onde os barcos são abençoados.Esta é a primeira vez que a jovem integra a procissão e garante não estar nervosa. Está sim, muito contente pois esta é uma homenagem que presta ao seu avô, o último marítimo de Constância falecido há cerca de três anos. “A minha mãe já foi anjinho nesta procissão e o meu avô gostava que eu também fosse e estou aqui como forma de homenageá-lo porque sei que ele gostaria muito de assistir a este momento. Estou muito contente por poder participar numa procissão muito importante em Constância”, diz Ângela muito compenetrada, sob o olhar emocionado da mãe.As crianças participam na procissão em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem por diversas razões. Homenagens, promessas ou tradição familiar. Nossa Senhora da Boa Viagem é a padroeira dos marinheiros e pescadores. Já preparada para a procissão está Ana Franco. Também tem 10 anos mas não é a primeira vez que sai na procissão. Também segue a tradição familiar. “Desde a minha bisavó que todas as mulheres da minha família fazem de anjo nesta procissão. Sinto-me muito bem e feliz ao participar nesta festa do povo e da igreja. Um dia, se tiver filhos, quero dar continuidade a esta tradição familiar”, explica a O MIRANTE.Ana vai ter a seu lado a sua irmã mais nova. Vestida de branco, Inês Franco, 5 anos, coloca-se no seu lugar, junto ao altar, entre a irmã e Ângela Santos. A quarta criança chegará mais tarde já em cima do início da missa. Durante o percurso os quatro anjinhos vão muito compenetrados e seguem religiosamente as indicações que lhes são dadas pelos organizadores. O seu desejo cumpriu-se. As suas famílias deram seguimento à tradição. Para o ano outras promessas, homenagens ou desejos serão cumpridas.
Os anjinhos que transportam nas asas de pano tradições familiares

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