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Câmara de Salvaterra não quer testes de milho transgénico no concelho

Câmara de Salvaterra não quer testes de milho transgénico no concelho

Município exige cancelamento de consulta pública para a realização de ensaios na zona do Escaroupim
A presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, Ana Cristina Ribeiro (BE), não quer a realização de ensaios com milho transgénico no concelho e requer "o cancelamento da consulta pública" para a realização dos testes, acusando o Governo de "desrespeitar" a posição da autarquia. A autarca recorda que o município declarou-se em 2007 zona livre de transgénicos, para que "futuramente o concelho não fosse mais incomodado com esta questão". Esta posição surge depois da multinacional Monsanto ter pedido, com o apoio da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS), a realização de ensaios com milho geneticamente modificado para os concelhos de Évora e Salvaterra de Magos. O processo está em consulta pública mas a autarca lamenta que a posição do município "não tenha sido respeitada pelo Ministério do Ambiente" e que se tenha repetido uma proposta de ensaios com espécies transgénicas no concelho.Ana Cristina Ribeiro lembra que "já em 2006 tinha havido uma proposta idêntica e na altura a câmara municipal e a assembleia municipal declararam por unanimidade que esta seria uma zona livre de transgénicos”. Na ocasião, “conseguimos que fosse arquivado o processo e fomos agora surpreendidos com uma nova proposta", salienta. A presidente explica que são "várias" as razões que estão na origem desta recusa em acolher na zona do Escaroupim (aldeia piscatória do concelho de Salvaterra de Magos) ensaios para cultivo de espécies de milho geneticamente modificadas. "Não sabemos quais são os produtos químicos utilizados pela empresa espanhola Monsanto que recusa divulgá-los. A mesma não apresenta nenhum estudo ou artigo científico acerca deste tema e não nos diz nada sobre possibilidades ou impossibilidades destes ensaios poderem prejudicar a saúde pública", salientou.Acrescenta a presidente da câmara que "há plantações de milho tradicional a 470 metros (da parcela dos respectivos ensaios) e há várias produções de apicultura num raio de 5 quilómetros", mostrando-se preocupada com a hipótese de as abelhas poderem "transportar pólen que contamine outras produções". Em reunião do executivo a autarquia aprovou um documento que enviou ao Ministério do Ambiente no qual sustenta que "a própria consulta pública corre o risco de ser ilegal", solicitando assim "o cancelamento dos ensaios". "Não é possível uma análise adequada do real impacto envolvido enquanto não for fornecida a informação detalhada dos compostos envolvidos. Aguarda-se a divulgação destes dados e solicita-se que o prazo da consulta seja suspenso enquanto tal não acontecer", refere o documento.
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