A Assembleia Municipal do Entroncamento está contra a recente medida governamental que aprova a passagem da CP a Entidade Pública Empresarial (EPE). Na última reunião, realizada no sábado 18 de Abril, todos eleitos das diversas bancadas votaram favoravelmente uma moção apresentada pelo Bloco de Esquerda (BE) neste sentido. O documento revela as preocupações dos deputados resultantes das alterações introduzidas no Estatuto da CP que, receiam os deputados, “desmantelam o serviço público ferroviário e ameaçam a estabilidade e o emprego dos ferroviários da empresa”. Os bloquistas alertam que, a partir de agora, a gestão poderá ser entregue a terceiros, como já acontece em hospitais públicos, com os conhecidos maus resultados. “A nova CP - Comboios de Portugal, EPE, poderá ter as concessões divididas por diferentes áreas de negócio, facilitando os negócios com os privados nos sectores mais lucrativos”, referem. Reconhecendo que esta alteração resulta de um conjunto de políticas comunitárias, para os eleitos do Entroncamento, o novo estatuto da CP “abre a porta a novos ataques aos direitos dos ferroviários, à sua estabilidade profissional e ao seu emprego”.A “CP – Caminhos-de-ferro Portugueses, EP” tinha uma só concessão em todo o território nacional. Já a nova “CP – Comboios de Portugal, EPE” pode ter as concessões divididas por diferentes áreas de negócio, “facilitando os negócios com os privados nos sectores mais lucrativos”, apontam. Segundo o documento do BE, nos novos Estatutos da CP, partes do serviço ferroviário podem vir a ser operados em parceria com autarquias e privados. “Abre-se aqui a porta ao despedimento de ferroviários. Ao serem concessionados os serviços a terceiros, os ferroviários da CP têm a opção de ficar sem trabalho ou de perder direitos na passagem para os novos operadores”, argumentam.