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Câmara quer arrasar hortas e pombais na Póvoa de Santa Iria

Câmara quer arrasar hortas e pombais na Póvoa de Santa Iria

Nunca mais me esqueço do susto que um sobrinho meu apanhou quando um dia, teria ele uns seis ou sete anos, viu uma galinha viva pela primeira vez. E também penso muitas vezes, quando entro na zona dos legumes de algum super-mercado, se as pessoas que por ali andam a cirandar, alguma vez se interrogam sobre a origem das frutas e vegetais. Se percebem que em Portugal cada vez se produzem menos.O que é que isto que escrevi tem a ver com a notícia que estou a comentar? A reflexão que procuro suscitar é sobre o nosso afastamento da natureza. Já não enterramos os pés ou as mãos na terra. A agricultura de subsistência está a dar as últimas, apesar dos profetas que lhe auguram bons tempos com o acentuar da crise. Hoje para vermos borboletas temos que ir a borboletários porque não conseguimos ver as poucas com que ainda nos cruzamos. Para ver galinhas vivas temos que comprar entrada numa quinta pedagógica. Para percebermos o crescimento de uma couve temos que dar atenção a um qualquer programa de domingo à tarde no canal Odisseia, ou coisa que o valha. Não conheço o caso relatado. Apenas sei que há pessoas que aproveitam para tirar da terra aquilo para que a terra serve ou deveria servir. A terra não existe para plantar edifícios e auto-estradas. É da terra que vem o nosso sustento. O nosso e o dos restantes seres vivos. No alcatrão nada medra. Nem no cimento. Nem no aço ou no mosaico. Pensem bem antes de impedirem aquelas pessoas de usar a terra para tirar dela o que ela pode dar. O que ela gosta de dar.Mário Armando C. Bonito
Câmara quer arrasar hortas e pombais na Póvoa de Santa Iria

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