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A vida dura do campo

A vida dura do campo

As rugas do rosto e das mãos revelam a sua idade mas contrastam com a sua boa disposição e espírito jovem. Luísa Martins tem 80 anos, embora prefira revelar a idade que tem no Bilhete de Identidade: 75 anos. “A minha mãe só me registou quando eu já tinha cinco anos. Nesta idade até dá jeito. Digo sempre que sou mais nova”, revela a O MIRANTE com um sorriso que lhe ilumina o rosto.Vestida com um traje azul claro de algodão, semelhante aos que as mulheres do campo usavam no século passado, Luísa Martins foi uma das centenas de figurantes que participaram no já tradicional desfile da Festa dos Fazendeiros que, de dois em dois anos, percorre as ruas da vila de Pontével, concelho do Cartaxo. O objectivo é mostrar às gerações mais novas como era dura a vida no campo antigamente.Luísa Martins começou a trabalhar no campo aos oito anos. Fazia o percurso de Pontével a Valada, a pé, para trabalhar nos arrozais. “Levantávamo-nos às três da manhã e ao nascer do sol já estávamos dentro de água a trabalhar. Era muito duro”, conta.A paixão pela dança levou-a muitas vezes a trocar umas horas bem dormidas antes de ir para a lavoura por um pezinho de dança. A fazendeira, por vezes, levava a roupa de trabalho para o baile. “Quase que não dormia. Bailava, depois trocava de roupa e ia para o campo”, diz.Desde que o marido morreu, há 20 anos, que deixou o trabalho no campo. Agora faz as meias dos dançarinos do Rancho Folclórico de Pontével. Luísa Martins confessa já não ter pernas para dançar mas o ouvido ainda está bom para ouvir as modas do seu rancho do coração. “Hei-de acompanhar o rancho até morrer”, garante. Ana Isabel Borrego
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