Eleito da CDU incendeia sessão ao abordar vida pessoal do presidente da câmara
Manuel Coelho foi recriminado por camaradas da coligação na Assembleia Municipal de Coruche
O presidente da câmara Dionísio Mendes (PS) disse que não respondia a provocações e que não recebia lições de moral.
A Assembleia Municipal de Coruche voltou a ter ânimos exaltados na sessão de 30 de Abril quando se fazia o rescaldo da conturbada sessão extraordinária de dia 22 que os eleitos da CDU abandonaram. O deputado dessa coligação, Manuel Coelho, resolveu dizer que a vida pessoal e empresarial do presidente da câmara – referindo-se a processos que correm em tribunal e questões familiares - anda a ser comentada em todo o concelho e que isso é prejudicial ao funcionamento da autarquia e à sua credibilidade. As palavras geraram bastante contestação e pedidos de ponto de ordem à mesa por parte da bancada socialista, que exigiu que o deputado fosse mandado calar. O que só aconteceu algum tempo depois. Tanto a presidente da assembleia, Fernanda Pinto (CDU), como o líder da bancada da coligação, Armando Rodrigues, recriminaram e lamentaram aquela forma de fazer política. A primeira referiu que não se podia agredir do ponto de vista pessoal e familiar e acrescentou que “todos têm telhados de vidro na vida mas isso não justifica estes actos”. Armando Rodrigues considerou que o seu camarada de bancada se excedeu e reiterou que na assembleia se deve manter a discussão no plano político. “Lamento que tenham saído essas expressões lamentáveis”, concluiu.O presidente da Câmara de Coruche teve de esperar vários minutos para poder reagir, por estarem outros eleitos inscritos. Quando chegou a sua vez, Dionísio Mendes (PS) disse não ter ficado surpreendido com as palavras vindas de onde vieram. “É o desespero que leva as pessoas a fazerem certas coisas. Não vou responder a provocações, tentativas de incendiar a assembleia ou até de tentar fazer sair uma moção de censura para fazer cair a Mesa. Vivo em Coruche há 52 anos e como homem livre continuarei a fazer o que achar melhor. Desafio qualquer um a contestar-me pessoal e profissionalmente como autarca mas não admito lições de moral. Não é com coisas destas que me derrubam, achincalham ou põem na lama”, disse à assembleia. No intervalo da sessão, O MIRANTE abordou Manuel Coelho que reiterou as palavras. “O presidente da câmara tem responsabilidades na sua vida particular como na sua vida política. É uma intervenção da minha inteira responsabilidade, como reacção ao que ouvi do PS sobre o trabalho da CDU e da Mesa da assembleia”, referiu Manuel Coelho, afirmando sentir-se com condições para concluir o mandato. Recordou ainda a actuação crítica e insultuosa do PS em relação ao anterior presidente de câmara, Manuel Brandão, e o assédio a presidentes de junta da CDU.Protagonista das últimas sessõesManuel Coelho tem sido protagonista das últimas assembleias municipais de Coruche pela forma como age e reage politicamente. A última situação tinha ocorrido na sessão de 24 de Dezembro, quando rasgou a moção que apresentava sobre as pontes de Coruche após ouvir comentários críticos vindos da bancada socialista, a quem chamou “cínicos”. Em 29 de Junho de 2007 o vogal pediu a suspensão do mandato por 180 dias, depois de na assembleia de 27 de Abril desse ano a discussão ter subido de tom a propósito do tema Águas do Ribatejo. Na altura, Fernanda Pinto cortou-lhe a palavra e o vogal abandonou a sessão. Na sessão de sexta-feira voltou a ver a palavra ser-lhe cortada.
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