David Alabaça
Adjunto de direcção da Ribatejana Transportes
Nasci em Vila Franca de Xira, sou casado, tenho dois filhos de quatro e seis anos. Vivo no Porto Alto e tenho como passatempo a colecção e o estudo dos selos. Tenho cerca de 10 mil exemplares. A filatelia dá-me grande tranquilidade, tal como o movimento jovem da Assembleia de Deus de Benavente onde recarrego baterias para os intensos dias de trabalho todos os fins de semana.
Comecei a trabalhar no grupo Barraqueiro, em 1994, a recibos verdes e como fiel de armazém. Limpava autocarros e dava uma ajuda no escritório e nas oficinas. O objectivo era ganhar algum dinheiro para pagar os estudos. Fui adquirindo experiência ao mesmo tempo que estudava e depois de terminar o curso cheguei a adjunto do director José Fernando, que me ajudou a chegar aqui. Para se progredir na carreira é preciso muito trabalho, capacidade de sacrifício e humildade. É fundamental perceber as pessoas com quem trabalhamos. Eu sempre fui muito curioso e um auto-didacta que gosta de aprender cada vez mais. Sem a ajuda das pessoas que trabalharam comigo não teria sido possível. Passo semanas sem almoçar ou jantar com a família, mas sem este sacrifício não conseguia atingir os objectivos da empresa e os meus. Vesti a camisola da Ribatejana, num grupo que é estável e proporciona condições para nos motivar todos os dias. Nesta profissão há desafios novos a cada momento.Passo grande parte do dia ao telefone em contacto com os chefes de movimento e demais colaboradores da empresa. Visito clientes e ao fim do dia trato de toda a parte administrativa e de gestão e preparo o dia seguinte. Gosto de ouvir os clientes e tratar as reclamações para introduzir as correcções necessárias. Na Ribatejana aprendemos todos os dias com as sugestões e reclamações dos utentes dos nossos autocarros.As reclamações mais frequentes prendem-se com o funcionamento dos autocarros, horários, questões de limpeza ou de conforto e comodidade. Fazemos um esforço para renovar a frota, mas não é possível ter autocarros topo de gama e amigos do ambiente em todos os trajectos. Estamos a trabalhar no bio-diesel com a utilização de motores mais amigos do ambiente.Já não há atrasos significativos porque controlamos as viagens numa secretária a partir do sistema GPS instalado nos autocarros. A maior dificuldade é o atravessamento da EN 118 (Almeirim – Samora Correia) É urgente a construção de variantes. A circulação lenta provoca mais desgaste, maior consumo de combustível e mais problemas ambientais.Temos três senhoras a trabalhar connosco como motoristas de autocarros e uma chefe de estação. De início houve reacções estranhas de alguns passageiros quando viam uma mulher a conduzir o autocarro, mas já normalizou. As mulheres são tão boas profissionais como os homens e até têm mais cuidado.Deve ser feita maior sensibilização para o uso do transporte público. Nós fazemos a nossa parte, oferecendo um serviço cada vez melhor e a um preço justo, mas falta algum incentivo das instituições. Em Vila Franca, deve ser bloqueado o acesso dos carros para as pessoas perceberem que não podem levar o carro para a cidade e todos ganham com isso.Sou a favor das portagens para a entrada de cidades como Lisboa e Vila Franca, para obrigar as pessoas a deixarem o carro à entrada. Em Barcelona e em Londres temos um sistema desses e a maioria das pessoas opta pelo transporte público e deixa o carro fora da cidade.
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