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De menina tímida que só pensava em estudar a coelhinha da Playboy

De menina tímida que só pensava em estudar a coelhinha da Playboy

Jovem de Alpiarça despe-se de preconceitos para a edição portuguesa da revista

A revista na sua edição de Maio, em que Telma aparece nua, caiu em Alpiarça como uma bomba.

Telma Falcão mandou o pudor às urtigas e num impulso aceitou pousar nua para a edição portuguesa da revista Playboy deste mês de Maio. Na terra onde nasceu, Alpiarça, anda nas bocas da população, mas isso pouco a preocupa. A revista é que ganhou com a polémica que se instalou, esgotando duas vezes nos pontos de venda e ainda com papelarias e quiosques a receberem encomendas. A jovem de 25 anos, que se despiu de preconceitos na sessão fotográfica que durou nove horas, aparece em poses sensuais em conjunto com uma amiga mais nova dois anos. A aventura começou quando respondeu em conjunto com a colega a um anúncio na Internet que pedia promotoras para a revista - as meninas que vestem reduzidas camisolas com o coelhinho imagem da marca e calções curtos e andam em bares e discotecas a promoverem a publicação. Duas horas depois da entrevista ligaram-lhe para voltar porque tinham outra proposta. Aceitou-a. Nem chegou a pensar cinco minutos e decidiu-se logo. “Sem pensar em dinheiro, em promoção, em entrar no mundo da moda… Não ando a bater à porta de agências, apenas aceitei porque achei interessante”, afirma. O namorado só soube que ia aparecer pelada no dia da sessão fotográfica. “Só ficou chateado duas horas e depois compreendeu”, garante Telma. Curioso é que a revista foi para as bancas no dia 30 de Abril, precisamente no dia em que ele fez anos. Para a sessão fotográfica não lhe exigiram qualquer tratamento de beleza. Apenas teve que fazer depilação e depois ser maquilhada. Começou a sessão vestida e depois a roupa foi caíndo ao ritmo dos cliques da máquina. Diz que de início estava com vergonha, mas depois esqueceu-se disso. Considera-se ainda um pouco tímida e confessa que cora facilmente. Com uma infância em que era muito reservada, muito sossegadinha, nada fazia prever o arrojo da “coelhinha” e a notícia caiu em Alpiarça como uma bomba. “Em miúda era muito calada, só pensava em estudar, era das melhores alunas da escola e muito tímida”, realça. Quando foi para Lisboa (onde vive actualmente) tirar o curso de Publicidade e Marketing abriu a mente, desinibiu-se mais, ficou mais simpática. Os pais aceitaram a decisão da filha de fazer o que lhe apeteceu e chocou a população. A mãe só ficou mais preocupada porque temia que a ousadia da filha tivesse repercussões negativas na sapataria que explora na vila onde todos se conhecem. “Não me preocupo com o que os outros dizem. Os meus amigos apoiam-me e é isso que interessa”, realça Telma Falcão, acrescentando que tem recebido críticas positivas e negativas e até se dá ao trabalho de responder a comentários que aparecem em blogues. A jovem, que era vendedora numa empresa e que actualmente está desempregada, só não gostou de saber que alguns homens tenham comprado a revista só para verem a colega dos filhos de seios ao léu e pêlos púbicos aparados a pente número dois. Mas desculpa-os porque compreende que “estão no seu direito” e que essa é uma das implicações da sua decisão, que tem que aceitar.Quando era mais nova queria ser arquitecta, bióloga ou designer de moda ou interiores. Não conseguiu. Confessa que gosta de viver a vida por impulsos mas com decência. Tem medo de morrer a sentir que não fez tudo o que queria na vida. Diz que as mulheres que gostam do seu corpo também gostariam de aparecer na revista. Gosta de Alpiarça mas confessa que o controlo social da terra a sufoca. Continua a ir à terra natal sempre que pode. Sente as pessoas nos bares a cochicharem quando entra, mas não liga. Sente-se bem e diz que as pessoas têm que falar mal de alguém. Hoje será dela, amanhã será de outra. “Se calhar alguns dos que falam mal fazem coisas piores, como traírem os companheiros, ou têm pecados que nunca terei”.
De menina tímida que só pensava em estudar a coelhinha da Playboy

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