uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Rita Tigre é uma designer que trabalha com madeira de sobreiro e cortiça

As criações vão ser apresentadas pela primeira vez em Coruche
Rita Tigre e o marido descobriram há quatro anos as potencialidades da madeira de sobreiro para produzirem mobiliário e peças de bijutaria. A artista formada em design de mobiliário vai apresentar as suas peças em Coruche, durante a Feira Internacional da Cortiça, pela primeira vez, depois de já ter feitos várias exposições em algumas localidades do país. Rita vai também ceder alguns acessórios feitos a partir dos pedaços de sobreiro que resultam dos cortes na feitura do mobiliário para o desfile de moda Coruche Fashion Cork, que se realiza na sexta-feira, 29 Maio na vila do Sorraia. A viver há quatro anos em Lavre, a cerca de 20 quilómetros de Coruche, Rita Tigre despertou para a utilização da madeira desta árvore protegida legalmente quando começou a olhar para os montes de troncos cortados de árvores doentes que eram colocados quase à porta da casa que uns amigos lhe alugaram na herdade de Vale da Bica. Ficou fascinada pela textura, pela cor e pelos veios da madeira. “Fiz umas experiências e vi que resultava até porque esta madeira é muito resistente”, conta, acrescentando que neste momento alguns troncos servem também para fazer esculturas. Desde que se apaixonou por estas árvores, já fez todo o mobiliário para uma herdade em Coruche e já apareceu em revistas de decoração. Rita Tigre já trabalhava com outras madeiras, mas confessa que as pessoas estão muito receptivas às peças feitas em madeira de sobreiro, algumas que levam também aplicações de cortiça. “Às vezes coloco em alternativa vários tipos de madeira e as pessoas escolhem a de sobreiro”, realça. Para Rita Tigre o seu trabalho é uma forma para mostrar que há outras aplicações para o sobreiro, que não só a lenha e a produção de carvão. E ao mesmo tempo chamar a atenção para a necessidade de preservação dos montados e a importância de se investir na investigação desta espécie. Nas pesquisas que já fez a designer descobriu que há muitos anos esta madeira era utilizada em mobiliário, mas depois foi substituída por outras.A designer, natural de Lisboa e que antes tinha a sua oficina em Almada, lamenta que não exista madeira de sobro nas serrações, o que encarece o produto final. É que a artista tem que transportar os troncos às serrações, pedir para os cortar em pranchas de diferentes espessuras, e depois voltar a levá-los para a oficina. Rita faz todo o tipo de peças, desde cadeiras, mesas, camas, cozinhas… “O sobreiro tem uma cor muito interessante, diferente, com uma textura que encanta qualquer pessoa”, descreve.

Mais Notícias

    A carregar...