uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Dez anos à espera que a Brisa assuma responsabilidade pela morte da filha

Há uns anos, num país africano, estava eu observando um cão que apresentava algumas dificuldades motoras, por via de uma lesão bem visível numa das patas e aparentava um ar escanzelado, fruto, presumivelmente, da escassez de alimento. Dei por mim a pensar que o animal tivera o duplo azar de, por um lado ter nascido cão e, por outro, logo em África.Ao ler esta notícia, dei por mim a pensar que António Oliveira Luís, à semelhança do cão africano, teve um duplo azar, embora aqui a dimensão da tragédia seja incomensuravelmente maior. Por um lado, experimentou a violência da perda súbita de um ente querido, por outro aconteceu-lhe em Portugal.É inaceitável que um cidadão vítima de um acontecimento trágico que, de repente, o priva da companhia de uma filha, no auge da sua juventude e com largos e promissores anos à sua frente, tenha de esperar 10 anos para que se apurem os responsáveis e, dessa forma, possa sentir o sentimento de dever cumprido, junto da memória da malograda Sónia.Compete aos Tribunais, de forma implacável e, principalmente, célere, sentenciar das responsabilidades da empresa concessionária da auto-estrada. A menos que o javali usasse pára-quedas, não é crível que tivesse nascido ali de geração espontânea. Essa mesma Instituição de Justiça deverá determinar a forma mais adequada de ressarcir o pai pela perda irreparável da sua filha.Já agora, seria recomendável que o Tribunal pudesse contrariar as medidas dilatórias dos vários intervenientes que, parece, querem eternizar um problema que provoca problemas traumáticos ao cidadão que, no meio disto tudo, é o que mais sofre e o que menos culpa tem.Francisco Gonçalves

Mais Notícias

    A carregar...