A XIV edição do Challenger, que começou no Arripiado (Chamusca) e juntou cerca de 120 participantes, encheu o cais do Arripiado na manhã de sábado. O local é um dos mais bonitos da beira-Tejo. Do outro lado, em Tancos e Constância, pratica-se canoagem e outros desportos náuticos. Do lado do Arripado o desporto é contemplar, comer, beber e dormir.No sábado, enquanto os concorrentes se preparavam para a prova da manhã, só o café da Dª Palmira e do Sr.David estava aberto. Quem foi molhar o bico várias vezes, como foi o nosso caso, não pôde deixar de reparar na capacidade de trabalho, na simpatia e na entrega que estes dois seres humanos especiais dedicaram a toda comitiva do Challenger. Já o sol ia alto e as mesas estavam cheias de garrafas e chávenas, e o pessoal aproveitava para pedir mais uma Sagres, um café, um gelado ou uma simples gasosa. Duas horas a entrar e a sair daquele espaço (fomos dos primeiros a chegar e dos últimos a partir) quase que deu para ficar neto/neta do simpático casal. É mais que certo que, no passado sábado de manhã, o café teve o seu maior apuro de sempre. E nem precisámos de olhar para a registadora. Nem isso parecia interessar muito por aí além aos dois empresários reformados.Enquanto se fala por aí em falta de trabalho, e de iniciativa empresarial, eis aqui um exemplo que comove. Só quem os viu numa roda-viva, com um sorriso nos lábios, recebendo o dinheiro sempre depois de servirem os clientes, percebe que já não se fabrica desta gente nos dias de hoje. E até na hora da zanga, por uma razão sem importância, aceitaram que o repórter de O MIRANTE registasse o acontecimento (foto em cima). JAE e Joana Emídio