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Sonae acusa fábrica de leite de Alpiarça de reduzir capacidade produtiva

Renoldy avisou fornecedores que vai deixar de encomendar leite devido à quebra de encomendas por parte das grandes cadeias de distribuição

No fogo cruzado de informações contraditórias quem está sujeito a “queimar-se” são os pequenos fornecedores, que escoavam grande parte da produção para a fábrica de Alpiarça.

A empresa de processamento e embalagem de leite Renoldy, em Alpiarça, comunicou aos produtores que vai deixar de comprar leite a partir de 15 de Julho, por decréscimo de encomendas. E acusa as empresas de distribuição, sobretudo a Modelo Continente (Grupo Sonae), de estarem a comprar o leite na Alemanha e Polónia. Mas o que parece uma situação de dificuldades da empresa, pode ser também uma estratégia que passa pela redução da capacidade de produção. A Sonae diz em comunicado que desde que a Renoldy, que tinha capitais espanhóis, foi comprada pela portuguesa Lactogal, a produção tem vindo a ser reduzida à dimensão mínima. A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição diz mesmo que a empresa foi comprada há dois anos com o objectivo de “eliminar um concorrente”. A Sonae revela que já fez uma denúncia à Autoridade da Concorrência realçando que esta situação e os “impactos originados no sector são causa de grande preocupação”. Na carta que enviou aos produtores, a administração da fábrica de leite, que não tem marca própria e trabalha com marcas brancas de grande distribuição (hipermercados), refere que nos primeiros quatro meses do ano o Modelo e o Continente compravam cerca de três milhões de litros por mês e que em Maio baixou para 2,7 milhões. Em Junho, afirma a administração da fábrica, o grupo não comprou qualquer quantidade de leite da marca “E”. Mas a Sonae garante que não interrompeu as compras e que só não adquire mais devido à falta de capacidade de resposta da empresa, realçando que durante este ano a fábrica só entregou 76 por cento das quantidades encomendadas. Acrescenta que foi definido um programa que consiste na disponibilização, nos seus hipermercados, de um cabaz de produtos básicos no qual consta o leite e que foi contactada a Renoldy para ser parceira no projecto. Mas, justifica a Sonae, a empresa de Alpiarça declinou com o argumento “de não dispor de capacidade instalada suficiente” para responder às necessidades da Modelo Continente.Ao facto de a Renoldy dizer que se disponibilizou a baixar o preço do leite de 39 para 33 cêntimos, valor a que é adquirido no estrangeiro, a Sonae responde que a administração da fábrica não compareceu nas reuniões de trabalho para negociações comerciais. E que fez uma encomenda de 1,3 milhões de litros na sexta-feira, após uma proposta da fábrica. Apesar do conflito, a Sonae diz-se disponível para continuar a “manter uma postura de cooperação com este projecto empresarial”, referindo que contrata à Renoldy cerca de 60 por cento do leite que é vendido nos hipermercados.

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