Os livros antigos saíram da prateleira da biblioteca
A Biblioteca Municipal de Azambuja sentiu necessidade de enviar dezenas de livros para abate para obter espaço para as novas edições. Em vez de destruir o espólio preferiu dar-lhes uma nova vida, vendendo-os pelo preço simbólico de 20 cêntimos. Durante dois dias foi possível encontrar de tudo. Desde edições mais marcadas pelo tempo a outras ainda capazes de cativar muitos leitores. Rui Pinto e os seus três filhos, com idades entre os 2 e os 9 anos acompanharam-no. Remexem nos livros usados com a curiosidade própria da infância. As capas mais originais, com naves e monstros, são as que saltam à vista. Já o progenitor, Rui, tem um olho mais apurado. “Vi com grande alegria, apesar de já não estar muito bem preservado, um livro de 1970 que fala dos ímanes e das forças motrizes. É muito giro”, diz-nos o homem que é físico de profissão e que usa frequentemente a biblioteca do CERN. Para ele é importante ensinar os jovens a ler. Mas a ler bem e a raciocinar. “Actualmente os jovens processam muita informação mas não a tratam, não têm curiosidade em descobrir”, lamenta, ao mesmo tempo que garante que, na sua casa, os mais novos são obrigados a ler. Rui e os filhos cruzaram-se com a feira da biblioteca de Azambuja por acaso. A disposição dos títulos, o cheiro das folhas e o toque do papel fazem das feiras do livro uma ocasião viciante. “Neste tipo de eventos as pessoas que não estão habituadas a ler ficam imbuídas deste ambiente e sentem desejo de ler. Isso é muito bom”, garante. Em poucas horas foram vendidas várias centenas de livros. A feira foi uma oportunidade, também, para encontrar o “grande clássico” que faltava para completar a colecção. Filipe Matias
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