Novo parque de pesados do Carregado gera onda de críticas
Assembleia de freguesia e ambientalistas criticam a obra
O futuro parque de pesados do Carregado, concelho de Alenquer, está a ser construído num terreno situado debaixo da A10 e está a gerar uma onda de críticas. A última veio da Assembleia de Freguesia do Carregado que aprovou por unanimidade uma moção contra a nova obra.
A construção do novo parque de pesados do Carregado, concelho de Alenquer, está a ser alvo de várias críticas, depois de O MIRANTE ter publicado na sua edição de 28 de Maio a intenção da Câmara Municipal de Alenquer de construir o novo parque de pesados debaixo do viaduto da A10.A última onda de contestação à obra, que está a ser feita a 300 metros do cruzamento à entrada do Carregado, debaixo do viaduto da A10, veio da própria Assembleia de Freguesia, que na reunião de 24 de Junho aprovou por unanimidade uma moção contra a construção do parque de pesados naquele local. O facto da nova localização obrigar os camionistas a atravessar o complicado cruzamento do Carregado, o facto da área estar incluída num perímetro de rega do empreendimento hidroagrícola do rio Grande da Pipa e ainda o motivo dos terrenos debaixo do viaduto estarem sujeitos às medidas minimizadoras impostas pela declaração de impacte ambiental são alguns dos argumentos usados para justificar a oposição à nova obra.Para além disso a assembleia acusa o executivo de estar a construir o parque de pesados numa zona protegida por lei. Segundo os autarcas, o solo debaixo do viaduto da A10 está classificado como reserva ecológica nacional (REN) e reserva agrícola nacional (RAN), uma vez que se trata de leito de cheia e solos de aluvião de classe A.Em declarações a O MIRANTE a presidente da Associação para o Estudo e Defesa da Natureza e do Ambiente de Alenquer (Alambi) disse lamentar as constantes “violações sistemáticas dos terrenos inseridos em zonas REN e RAN”, acrescentando que essa é uma actuação frequente da autarquia.“Infelizmente é um histórico frequente em Alenquer a violação dos terrenos agrícolas e ecológicos. Primeiro começa-se com entulhos e depois vão aumentando de tamanho até serem um parque de pesados”, lamenta Isabel Graça. A associação vai entretanto reunir-se para estudar a situação e pondera actuar com uma queixa junto do Ministério do Ambiente. Já em 2004, quando estava a ser criado o actual parque de pesados do Carregado, a Alambi apresentou uma queixa junto do serviço de protecção da natureza e do ambiente da GNR pelo mesmo motivo. “Já naquela altura eles estavam a construir o parque em terrenos que também eram REN e RAN e estavam na confluência de duas ribeiras, ou seja, leito de cheia”, esclarece a nossa interlocutora. Segundo fonte da vereação, ouvida pelo nosso jornal, já terá sido enviada uma queixa para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).Contactado o presidente da Câmara de Alenquer, Álvaro Pedro, este esclareceu que os terrenos já foram desafectados e passaram a ser domínio público. “Tenho um documento do Ministério da Agricultura que me confirma isso mesmo”, garante o presidente. “A decisão de construir o parque de pesados naquele local tem a ver com os camiões que têm arcas frigorificas, e que por isso não podem ficar parados de noite junto às habitações. Respondemos, no fundo, a um pedido da Junta de Freguesia do Carregado”, explica Álvaro Pedro, que confirmou a existência de queixas junto das entidades competentes. O edil garante que a obra está legal, lamentou que a nova localização não gere consenso e voltou a referir que se trata de uma situação “provisória”.
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