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Amélia Salvador

Amélia Salvador

Directora técnica da Farmácia Alfa, Tomar

Nasceu no Algarve, mas veio viver para a zona de Tomar porque o pai era militar de carreira no campo militar de Tancos. Amélia Salvador interessou-se desde cedo por experiências químicas e concretizou o sonho de menina: ser farmacêutica e ajudar a tratar das pessoas. Depois de quase 20 anos estabelecida na aldeia de Porto da Lage, transferiu-se para a moderna farmácia Alfa em Tomar. Alimenta uma relação de confiança com os clientes e para muitos é médica, conselheira e amiga. Amélia vive com o marido e dois filhos na Linhaceira e quando tem algum tempo livre gosta de dormir, ler e viajar.

Sempre me interessei pela área da saúde e fiquei indecisa entre a medicina e a farmácia. No primeiro ano não entrei em medicina e no segundo nem hesitei e optei por fazer o curso de farmácia em Coimbra. Tinha condições para entrar em medicina, mas fiz a minha opção e não me arrependo. Gosto do que faço.O meu pai era militar e eu desde pequena que estive em contacto com o laboratório da farmácia. O poder manipular vários produtos e fazer experiências fascinava-me e é aí que nasce o gosto pela farmácia. Sempre gostei da área ligada às ciências. Quando era pequena recolhia insectos no campo e fazia ensaios com eles. A farmácia é um serviço público indispensável para as pessoas. O farmacêutico tem de saber relacionar-se com os clientes, tem de estar permanentemente actualizado para poder ajudar e esclarecer. Na farmácia de Porto da Lage (aldeia próximo de Tomar), de onde vim recentemente e onde estive 19 anos, deixei muitos amigos. As pessoas partilham a vida connosco. Vão à farmácia para mostrar as análises e os exames, ou mesmo só para nos cumprimentar ou para desabafar.Se houver uma boa relação do farmacêutico com o médico e o enfermeiro da unidade de saúde, é o doente que fica a ganhar. Em Porto da Lage tínhamos uma relação óptima e trabalhávamos em conjunto para garantir o melhor para o doente. Aquela população merece todo o meu carinho, não os podemos abandonar. Já solicitámos para lá um posto de medicamentos e enquanto não chega entregamos os medicamentos na casa das pessoas. Há muitos doentes que deixam de tomar medicamentos fundamentais para as suas patologias porque o dinheiro não chega. Procuramos facilitar sempre que podemos e na generalidade as pessoas cumprem com as suas obrigações. Há sempre um que fura o acordo, mas é a excepção.A imagem moderna das farmácias é importante para que o doente se sinta bem, mas há outros aspectos importantes como o atendimento e a atenção que damos ao doente. Este é um serviço exigente em que as pessoas têm de sentir confiança em quem os atende.A venda de medicamentos pode ser feita fora das farmácias mas desde que existam pessoas com formação para aconselhar os clientes. Nos hipermercados e em alguns pontos de venda esse acompanhamento não existe e pode ser prejudicial para o cliente.Ainda se aplica a frase há de tudo como na farmácia. Procuramos oferecer uma diversidade de produtos para além dos medicamentos. Na farmácia temos múltiplas soluções para cada problema. Oferecemos um serviço de testes que permitem um acompanhamento do doente, medimos a tensão, fazemos rastreios, vendemos produtos para dietas alimentares, purificadores do ar e produtos para o bem-estar das pessoas. Trabalho com metadona e dou assistência a toxicodependentes. É um grupo bastante fragilizado, nem sempre compreendido e o papel do farmacêutico é importante no seu acompanhamento e na prevenção da transmissão de várias patologias. Inicialmente as pessoas tinham algumas reacções negativas, mas com o tempo perceberam que a toxicodependência também é uma doença.Nelson Silva Lopes
Amélia Salvador

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