Cartel inédito na corrida do emigrante em Tomar
Mano-a-mano entre Rui Salvador e Vítor Mendes promete noite de emoções
No dia 7 de Agosto a praça de toiros de Tomar recebe pela primeira vez um mano-a-mano entre um cavaleiro e um matador.
A Corrida do Emigrante na praça de toiros de Tomar tem este ano dois aliciantes. O de se comemorar nesse espectáculo os 25 anos de alternativa do cavaleiro da terra e organizador da corrida, Rui Salvador, e o de ser a primeira vez que o matador Vítor Mendes actua na cidade. Para o cavaleiro de Tomar, com estes atractivos, a que se junta o facto de nunca ter havido um mano-a-mano com um cavaleiro e um matador nessa praça, estão reunidas as condições para um grande espectáculo com preços populares a partir de 15 euros. A praça que tem o nome de José Salvador, pai do cavaleiro, está a ser alvo de manutenção para estar mais bonita no dia daquele que é já um dos espectáculos mais importantes da cidade e que este ano decorre na sexta-feira, 7 de Agosto, às 22h15. Dois dias antes da data em que se completam os 25 anos de alternativa de Rui Salvador, tirada em 9 de Agosto de 1984 no Campo Pequeno (Lisboa), tendo por padrinho José Mestre Batista e por testemunha João Moura. A poucos dias da homenagem que decorre no intervalo da corrida, Rui Salvador diz que “atingiu uma das suas metas na vida que era fazer 25 anos de alternativa com qualidade”.O cavaleiro confessa que o caminho percorrido até agora tem sido “árduo”, mas “feito com prazer”. Dos melhores momentos da sua carreira recorda a alternativa e as muitas tardes e noites de êxito e alegria em várias praças portuguesas. “Tenho a sorte de ter êxito naquilo que gosto de fazer”. Mas nestes anos de actividade também houve muitas peripécias. Como aquela vez em que se esqueceu das botas e teve que fazer as cortesias de sapatos e com umas polainas emprestadas, até que por sorte a prima chegou à praça com as botas antes de entrar na arena para a sua lide. Ou aquela em que ia tourear ao Alentejo e na mesma zona havia duas terras com o nome igual. Foi parar à localidade errada a cerca de cem quilómetros e por pouco não chegou atrasado. A Corrida do Emigrante é uma homenagem a todos os que trabalham no estrangeiro, entre os quais estão vários amigos do cavaleiro e que lhe costumam telefonar a perguntar qual é o dia do espectáculo para tirarem férias nessa altura e ver a arte de Salvador na praça. Este ano a corrida fica também marcada pela prestação de provas para bandarilheiro de alternativa de Ricardo Andrade, filho de um funcionário que trabalha com os cavalos de Rui Salvador há cerca de 30 anos e que deu os primeiros passos na arte na quinta do cavaleiro, nos arredores de Tomar. Com 44 anos, Rui Salvador diz que ainda tem muito para dar à festa brava e avisa o público que ainda vai ter que o aturar enquanto tiver forças para montar a cavalo. Sente-se um homem feliz por ver que estão a aparecer cada vez mais toureiros e que nas praças há cada vez mais gente nova. Sublinha que a tauromaquia está a viver um bom momento e isso também se sente em Tomar, praça que tem vindo a recuperar a importância depois de já ter sido considerada há uns anos a segunda praça do país com a realização de 12 espectáculos anuais.Rui Salvador vai lidar três toiros da ganadaria José Salvador enquanto Vítor Mendes vai enfrentar três toiros Falé Filipe. Actuam os Forcados Amadores de Tomar, capitaneados por Carlos Alberto. Os bilhetes estão à venda na bilheteira da rua Serpa Pinto junto à ponte velha de Tomar a partir do dia 5 e no dia da corrida na praça de toiros.Rui Salvador quer fazer a primeira escola de toureio a cavaloO cavaleiro Rui Salvador pretende instalar na sua quinta nos arredores de Tomar aquela que será a primeira escola de toureio a cavalo em Portugal. O toureiro está neste momento a desenvolver o projecto e pretende aproveitar as condições já existentes na quinta que possui picadeiros e onde o cavaleiro tauromáquico treina e tem os seus cavalos.Rui Salvador disse a O MIRANTE que está a desenvolver o projecto mas que ainda não tem uma data prevista para a sua abertura. O toureiro confessa que a ideia começou a ganhar forma quando percebeu que cada vez há mais jovens a procurá-lo para aprenderem a arte. Considera “inexplicável que sendo Portugal “a catedral do toureio a cavalo não tenha uma escola”.
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