Filipe Patrício, da Ribeira de Santarém, e Vítor Coelho, de São José da Lamarosa, Coruche, foram os dois únicos ribatejanos a participarem nos Campeonatos do Mundo de Pesca de Água Doce para selecções nacionais que decorreram de 21 a 26 de Julho no concelho de Coruche. Nas margens do rio Sorraia, na zona ribeirinha de Coruche, Filipe Patrício sagrou-se mesmo campeão mundial por equipas na categoria de esperanças (sub-22), em conjunto com José Silva, Tiago Pinho e Jorge Cardoso. Na primeira jornada, disputada sábado de manhã capturou 2,980 quilos de peixe, enquanto na jornada da manhã de domingo se ficou por 1,040 quilos e alcançou também o 15.º lugar individual.A prova não correu tão bem a Vítor Coelho. Os juniores pescaram no Sorraia mas em Santa Justa, freguesia do Couço, a cerca 30 quilómetros a montante de Coruche. Individualmente foi 15.º mas por equipas os lusos não foram além do quarto lugar. No sábado o jovem pescador apanhou 2,220 quilos de peixe, enquanto no domingo sacou da água 4,800 quilos. Ainda assim e por ser uma estreia para o pescador de Zebrinho, Lamarosa, resultado serve para aumentar a sua experiência. Filipe Patrício compete pelo Clube Amador de Pesca do Ribatejo, de Fazendas de Almeirim. Vítor Coelho esteve cinco anos ligado ao Coruche Pesca Desportiva mas agora vai à pesca pelo Sodarca Browning. “Sábado fiz o primeiro lugar do meu sector com quase três quilos. Domingo não correu tão bem e espero que sejamos campeões do mundo por equipas”, dizia Filipe pouco antes do apuramento dos resultados, que veio a confirmar expectativas.Junto ao dique que faz fronteira com a marginal ribeirinha de Coruche, os pais de Filipe estão atentos. A mãe, Maria de Lurdes, apoia e incentiva. O pai, Carlos Patrício, é pescador e de intercomunicador na mão vai falando com outros elementos acerca da performance dos restantes atletas nacionais e dos adversários estrangeiros. “Já é costume, e o pai é o patrocinador. O Filipe tem como características ser bastante concentrado, perceber bem a pesca e ser humilde”, garante o pai.Carlos Patrício trabalha nas Águas de Santarém e foi antes da formação da empresa municipal, nas provas de serviços municipalizados entre autarquias, que Filipe começou por gostar da pesca. Daí a pescar na barragem dos Patudos, no rio Sorria e em açudes, foi um passo natural. Sentado à beira rio, debaixo do chapéu-de-sol, e munido com cerca de 15 canas – para não perder tempo caso alguma tenha problemas - Filipe Patrício pescou tainhas, barbos, pimpões e peixe-gato. Estudante de enfermagem em Santarém tem como próximo objectivo fazer boa figura nos Campeonatos Mundiais de Pesca de 2010, que se realizam em Itália. Os pesqueiros para posicionamento dos concorrentes foram divididos após sorteio nos dois locais de pesca dos campeonatos. Quanto melhor se classificava um pescador menos pontos somava e, no conjunto, contaram as prestações dos diferentes atletas das selecções para conferir o resultado final. Experiência enriquecedora para Vítor CoelhoSubindo rio acima, Vítor Coelho não ficou totalmente satisfeito, apesar da estreia. O peixe pouco mordia e alguns fugiram. Debaixo do chapéu-de-sol a mãe, Antónia Maria, com tios, primos e o afilhado do filho mais ao lado, observam a sua prestação.“Podia ter sido melhor mas não foi uma má experiencia este campeonato. Há dois anos quase que fui seleccionado. Agora na categoria de esperanças vou tentar ir ao mundial de 2010, em Itália”, disse o atleta, que conhece bem o rio onde pescou. Estudante na Escola Secundária de Coruche na área de Ciência e Tecnologia, Vítor diz que quer um futuro relacionado com a informática, mas adora a pesca desportiva. Começou por ser pescador de brincadeira em pequenos cursos de água a apanhar peixitos. Depois foi influenciado por amigos e pescar mais a sério. Daí ao Coruche Pesca Desportiva foi um passo. “Tenho muito a agradecer ao seu responsável, Jorge Gomes”, realça.Os Campeonatos do Mundo de Pesca Desportiva atraíram muito público a Coruche e Santa Justa e participantes de 17 países. Nos Sub-14 (juvenis) Portugal foi campeão por equipas, à frente da Croácia e da Itália, com o título mundial a ficar no país por António Nunes. Nos juniores (sub-18) os italianos sagraram-se campeões mundiais com Portugal em quarto, enquanto em esperanças os italianos ficaram atrás dos portugueses.