Vila Chã de Ourique, no concelho do Cartaxo, comemorou no fim-de-semana a história Batalha de Ourique, datada de 25 de Julho de 1139, com a realização de uma feira medieval. Duas muralhas guardavam as entradas do largo onde emerge a estátua evocativa dos 870 anos da batalha. Pelas 16h00 de domingo ainda se sentem resquícios da batalha ocorrida na noite de sábado, opondo cruzados aos mouros, que culminou com a vitória cristã, saboreada com um medieval porco no espeto. À entrada da feira a barraquinha de câmbios permite trocar euros por bargas que servem para fazer as transacções comerciais. Nas duas barracas de artesanato há artigos em pele trabalhados à mão e peças em barro e resina, ou peças religiosas mesmo em frente. Ao lado compram-se saramaguitos (pão com chouriço) e o público refresca-se na tenda do mata-sede com vinho e sangria.Há ainda artigos religiosos e doces conventuais. Bolo de coco, sonhos, tarte de pastel de nata, arroz doce, tarte de amêndoa e ginginha confeccionadas na terra. Para quem quer consolar o estômago há sopas de feijão com couve, canja e sopa com enchidos. Os tocadores de instrumentos tradicionais fazem-se ouvir em toda a feira. Não falta a venda de chás, ervas aromáticas e frutas. Enquanto o alfageme descansa e o burrico está preso por uma corda, a forca está a postos para receber os desgraçados condenados à morte.Pelo meio do público vão actuando os artistas. Os malabaristas e o bobo da corte. Paulo Gil, Gonçalo Net e João Nascimento entretêm o público como se de há 870 anos se tratasse. Jogam com bolas, massas, enquanto o bobo, Rui Carvalho, vai agitando o varão de fogo e saltando junto às pessoas. Paulo e Gonçalo criaram mesmo uma oficina de artes circenses e visitam feiras medievais pelo país e ilhas. Interpretam todo o tipo de artes circenses, fazem pinturas faciais e modelagem de balões. A Junta de Freguesia de Vila Chã de Ourique pretende com a Feira Medieval reforçar a ideia histórica de que a Batalha de Ourique se deu em Chã de Ourique, por alturas de 1139, e não na Ourique alentejana. Ricardo Carreira