Final de tarde urbana em Vila Franca de Xira
Tiago, Ricardo, Sofia, Alexandre e José sentam-se numa escadaria do outro lado da rua da estação de comboios de Vila Franca de Xira, numa tarde urbana de segunda-feira. Não é fácil encontrar na cidade um espaço aberto para evoluir nos skates. Resta por isso um recanto, de preferência com rampas, por onde as rodas deslizem. “Já pensámos em pedir à senhora presidente um espaço maior. O que existe em Santa Sofia é muito pequeno”, dizem os jovens, entre os 12 e os 15 anos, a sonhar com um skate park como o da escola do Bom Sucesso, em Alverca. Para carregar baterias - antes de acelerar onde é possível sobre rodas, se ninguém reclamar entretanto - passam pelo supermercado. Uma torta e uma coca-cola para cada um. É tradição. Se não fosse a paixão pelo skate estariam por esta hora a jogar playstation, a ver televisão ou “a falar com a mãe”. A mãe de José está a vender bolos, diz o filho com muito orgulho. Em breve, fruto desse trabalho, o jovem estudante do sexto ano, o mais novo e o único dos amigos que ainda não tem skate, vai receber um novinho em folha. Por essa altura já a placa sobre rodas de Ricardo estará a precisar de renovação. Sofia, a menina de 12 anos que gosta de Alexandre, mas ainda não sabe, garante o amigo do lado, limita-se a ver. Porque é que os rapazes gostam mais de skate e rampas? “Se calhar há poucas raparigas a experimentar”, responde a menina de olhos claros numa tarde urbana de segunda-feira. Ana Santiago
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