João Paulo Fitas
Administrador do grupo JPSF, Almeirim
O meu pai tinha uma oficina em Almeirim e foi lá que comecei a interessar-me por este negócio das peças. Estudei, fui professor universitário durante muitos anos, e um dia decidi avançar com uma pequena empresa. Hoje temos um grupo de três empresas e cerca de três mil clientes dos quais conheço apenas meia dúzia pessoalmente. Mas temos uma relação de grande proximidade e alguns são meus amigos sem nunca nos termos visto.O nosso mercado está nas oficinas de automóveis, não temos clientes particulares. Vendemos peças usadas para automóveis ligeiros. Temos clientes no país inteiro e também na Madeira, Açores, Angola e noutros países. Em poucas horas garantimos na oficina a peça que o cliente precisa a um preço muito inferior ao que custa a nova.Fui professor por vocação e gosto imenso de dar aulas, mas nunca me arrependi de ter deixado a universidade porque não conseguia conciliar as aulas no ISLA e na Universidade Independente, em Lisboa, e a gestão da empresa, que exige muito de nós. Optei pelos negócios e tem corrido bem. Sinto que a minha experiência de professor e a minha formação académica na área das Matemáticas Aplicadas têm sido úteis na gestão das empresas. Sou um adepto do ensino profissional. Não podemos ser todos licenciados. Tem de haver lugar para os doutores e engenheiros mas a riqueza do país faz-se com bons profissionais nas várias áreas e deve haver uma continuação do reforço nos cursos técnicos e profissionais e na formação contínua das pessoas.Santarém é o melhor sítio do país para localizar uma empresa como a nossa. Estamos no centro geográfico com boas vias a passarem aqui nas ligações para norte e sul. Tem havido um bom crescimento económico depois de muitos anos de estagnação e de desperdício destas condições. A crise tem-nos ajudado a crescer porque as pessoas trocam menos de carro. O parque automóvel fica mais envelhecido e há maior procura de peças usadas. Espero chegar ao fim do ano com um crescimento na ordem dos 20 por cento. A conjuntura económica desfavorável tem sido uma oportunidade para o grupo JPSF.Fomos a primeira empresa em Portugal a vender peças de automóvel por telefone, fax e e-mail. Criámos a nossa base de dados de clientes e propusemo-nos trabalhar com eles de forma diferente. Quando não temos a peça em stock, arranjamos. Nem que tenha que vir da Alemanha. É um serviço muito diferente do velho sucateiro à beira da estrada.Fui jogador de hóquei em patins no Hóquei Clube os Tigres de Almeirim e sou fanático pelo Sporting. Colecciono tudo o que tenha a ver com o clube e costumo ir ver os jogos com o meu filho, porque a minha filha degenerou e é do Porto. Nos tempos livres, aos fins-de-semana, gosto de fazer uma corridinha para manutenção e de passear com a família.Almeirim é um local muito agradável para viver. Tem uma boa qualidade de vida. Não trocava esta região por nenhuma outra. Há aqui potencialidades para um bom desenvolvimento económico e social. Santarém também melhorou muito nos últimos dois anos. É uma cidade renovada e assumiu uma posição relevante no mapa nacional.Nelson Silva LopesTrocou uma carreira segura de professor universitário pelo risco de um negócio de peças usadas para automóveis. Investiu tudo numa pequena empresa que sete anos depois tem um universo de três mil clientes em todo o país e no estrangeiro. João Paulo Santos Fitas, casado, dois filhos, herdou do pai o gosto pela mecânica automóvel, mas foi mais além e com uma estratégia inovadora construiu o grupo empresarial JPSF cuja facturação cresce à custa da redução da venda dos carros novos. Foi jogador de hóquei em patins e gosta de correr para reduzir o stress do trabalho. É fanático pelo Sporting e colecciona tudo o que tenha a ver com o clube do leão.
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