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Incitador Manuel Serra d’Aire

Incitador Manuel Serra d’Aire

Está aí mais uma fornada de planos estratégicos concelhios e com eles o rega-bofe do costume no que toca a propostas e previsões arrojadas que nem o mítico profeta Bandarra se atreveria a alvitrar. Mais ou menos de década em década lá vem a farsa do costume. Documentos muito lindos e pagos a peso de ouro feitos por empresas ou gabinetes de estudos de consagrados especialistas que depois redundam naquilo que já estamos habituados: zero ou pouco mais!!!!Ainda me lembro, por exemplo, do plano estratégico de Santarém aprovado em meados da década de 90 que tinha coisas lindíssimas, de que se destacava, entre outras propostas extravagantes, a criação de uma marina na Ribeira de Santarém. Como sabes, de marina nem a Marina Mota, quanto mais… Já era tempo de dizer aos senhores que põem essas coisas no papel que se deviam dedicar a escrever livros de ficção científica, porque é para isso que têm jeito e assim não defraudavam ninguém. Os augustos mateus deste país são autênticos júlios vernes dos tempos modernos, embora o tempo tenha dado razão ao visionário escritor francês oitocentista em muitas das profecias expostas nos seus romances. Gostei de ler a entrevista do Miguel Relvas a O MIRANTE e sobretudo a parte onde ele justifica a acumulação do cargo de administrador de empresas com o de deputado na Assembleia da República. Diz o veterano parlamentar que considera “fundamental que, na vida política, aqueles que desempenham cargos não executivos exerçam simultaneamente uma actividade profissional,  para que não exista uma dependência estrita dapolítica”. Não poderia estar mais de acordo com o Miguel Relvas e folgo em saber que ao fim de uns bons anos em que viveu exclusivamente da política (desde os tempos imemoriais em que militava na JSD) decidiu colocar em prática o que pensava. É sempre estimulante ver um político conjugar as palavras com os actos. E isso é tão raro…Não há concelho ou terra que não seja capital de alguma coisa ou melhor em alguma coisa. Está na moda e há prémios para todos os gostos. Santarém ganhou o prémio de cidade de excelência. O Cartaxo da qualidade de vida. Tal como a Golegã, que está no top ten nesse capítulo. O município de Constância é o melhor para estudar. A Câmara de Torres Novas recebe o prémio de “autarquia mais familiarmente responsável”. Não sei como é que se chega a estes resultados. Quando se elege o melhor município para estudar está a dizer-se o quê? Que os vizinhos não fazem barulhos estranhos, permitindo assim a concentração dos estudiosos? Que os professores são uns bacanos que passam toda a gente? Que se podem levar cábulas para os testes? Que as professoras são as mais bem dotadas do país?E quando se trata de uma autarquia mais familiarmente responsável (seja lá o que isso for), como a de Torres Novas, estamos a falar de uma câmara que proíbe copos e garrafas de vidro nas esplanadas? De uma câmara que faz de baby sitter enquanto os pais vão para os copos? De uma autarquia que leva as crianças à escola e faz as compras de caminho? Se souberes as respostas conta-me.Salamaleques do Serafim das Neves
Incitador Manuel Serra d’Aire

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