O ex-vereador do BE, Henrique Leal, que renunciou ao cargo em Outubro de 2008, alegando motivos pessoais e familiares, é o cabeça de lista daquele partido à Assembleia Municipal do Entroncamento. O primeiro da lista de candidatos à câmara é o actual vereador, Carlos Matias. O BE apresentou os primeiros das listas aos órgãos autárquicos do município do Entroncamento este sábado ao final da tarde. A sessão que decorreu no Centro Cultural da Cidade, contou com a presença do dirigente do BE, Fernando Rosas. A professora Anabela Cavalheiro é a cabeça de lista à Assembleia de Freguesia de S. João Baptista e Vergílio Rafael, aposentado da função pública, encabeça a lista de candidatos à Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima.Estiveram na apresentação dos candidatos, num dia classificado por Fernando Rosas como “o mais difícil do ano” para fazer apresentações de candidatos a eleições, cerca de três dezenas de pessoas.Henrique Leal falou dos erros da gestão da maioria PSD, que considerou ser “a gestão do alcatrão”, pondo a tónica no facto de o município estar a abdicar das áreas de cedência obrigatórias dos novos loteamentos a troco de dinheiro. “Está-se a criar um desequilíbrio entre o verde e o cimento”, afirmou.Por sua vez o cabeça de lista à câmara afirmou que muitas propostas dos autarcas do BE “esbarraram no sectarismo da maioria absoluta do PSD” que as recusa apenas por serem propostas do Bloco mas lembrou que as que são aceites e são aprovadas, como a da redução das taxas para os pequenos comerciantes e alguns apoios às famílias dos desempregados “já estão a ter efeitos nas vidas das pessoas”. Carlos Matias disse que o BE se candidata com a ambição de colocar a vida e os problemas concretos das pessoas no centro da vida autárquica. Porque, explicou, “ (…) mais do que largos, praças e ruas que gostamos de ver requalificados e bonitos, a nossa cidade são as pessoas que cá vivem”.O candidato lembrou que existem mais de 700 desempregados no concelho e que, apesar do Entroncamento ser uma das cidades mais jovens do país, ali vivem” mais 3700 idosos acima dos 65 anos, 700 dos quais sós, sabe-se lá em que circunstâncias”. Falou da inexistência de um cinema, de programação cultural de qualidade e da falta de uma biblioteca construída de raiz. Aflorou também o sensível problema da comunidade cigana. “O nosso concelho são as pessoas preocupadas com a insegurança, fruto da exclusão social, de tensões étnicas mal resolvidas e de um mau urbanismo”.O Bloco de Esquerda anunciou que divulgará as listas completas na próxima semana e chamou a atenção para algumas curiosidades como o facto de 35% dos candidatos concorrerem pela primeira vez em listas do partido, cerca de dois terços terem nascido no distrito e cerca de um terço (27 dos 80) serem naturais do Entroncamento.