No dia da entrega no Tribunal de Santarém da lista de candidatos do PS à Assembleia da República, na sexta-feira, 14 de Agosto, o cabeça de lista, Jorge Lacão, voltou a prometer algo que, entre outras coisas, costuma prometer de quatro em quatro anos: a criação de círculos uninominais. A promessa é das mais fáceis de fazer uma vez que implica um acordo com o PSD e é fácil atirar com as culpas para cima de terceiros quando uma promessa assim fica na gaveta, mas desta vez causou alguma surpresa. É que em 2005, no seu programa eleitoral, o PS defendia, efectivamente, a “introdução dos círculos de um só candidato, possibilitando a dupla escolha por parte dos eleitores - de lista e de candidato - como forma de os aproximar dos eleitos”. Coisa que não acontece nestas eleições.Agora, no programa eleitoral dos socialistas não é feita qualquer referência à criação de círculos uninominais de candidatura, referindo apenas a necessidade de “reconfiguração dos actuais círculos eleitorais”. Perante tal facto resta concluir que Jorge Lacão se enganou na cassete. O que é natural. Ao fim de décadas a fazer promessas eleitorais que não são cumpridas, qualquer um se baralhava.