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Salários abrem polémica entre Fundação José Relvas e Câmara Municipal de Alpiarça

Salários abrem polémica entre Fundação José Relvas e Câmara Municipal de Alpiarça

Na origem da polémica está o projecto de luta contra a pobreza. Presidente da assembleia municipal diz que o assunto e imoral

A presidente da Assembleia Municipal de Alpiarça, Vera Noronha, que interveio na última reunião do executivo camarário na qualidade de munícipe, considera uma imoralidade gastar-se 80 por cento do orçamento do projecto em ordenados.

A Fundação José Relvas não está disponível para rever os valores dos ordenados dos técnicos que pretende contratar para o projecto de luta contra a pobreza no concelho de Alpiarça. A resposta foi enviada para o município, que não concorda com o orçamento, na tarde de segunda-feira, quando decorria a reunião do executivo municipal. A presidente da câmara, Vanda Nunes (PS), já pediu a intervenção da Segurança Social e admite a possibilidade de afastar a instituição da gestão do projecto. “Vamos resolver esta situação o mais rápido possível para que Alpiarça tenha o plano de apoio social implementado com a fundação ou com outra entidade qualquer”, declarou na reunião.Presente na reunião esteve a presidente da Assembleia Municipal de Alpiarça, Vera Noronha, que interveio no final na qualidade de munícipe, para dizer que considera “ uma imoralidade que quase 80 por cento das verbas do projecto possam ser consumidas com ordenados”. Vera Noronha apelou ainda ao executivo municipal para que, “independentemente de algumas tentações mais obscuras que possam existir nalguns sectores, não percam a finalidade que está subjacente ao protocolo que foi assinado nesta autarquia e que eu presenciei”. O vereador da CDU, Mário Pereira, salientou que o programa proposto pela fundação “não ajuda a resolver os problemas” do concelho. A câmara, que é parceira no projecto e que concordou que fosse a fundação a assumir a gestão do mesmo, continua a não admitir que dos 525 mil euros de orçamento do projecto, ao abrigo do Contrato Local de Desenvolvimento Social, 363 mil euros sejam gastos em ordenados de quatro pessoas. E reitera que as verbas devem adequar-se às necessidades do concelho em termos de iniciativas para reduzir a pobreza.Recorde-se que a pessoa proposta pela fundação para coordenar o projecto é o filho de Joaquim Garrido, candidato à presidência da Câmara da Chamusca pelo PS. Miguel Garrido foi contemplado com um ordenado base de 2.437 euros mensais durante três anos, período de vigência do projecto. O curioso neste caso é que a fundação é dirigida pela mulher do ex-presidente da Câmara de Alpiarça, actual presidente da Entidade Regional de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, Joaquim Rosa do Céu, que enquanto coordenador distrital do PS para as autárquicas esteve envolvido na escolha de Joaquim Garrido para cabeça de lista do partido na Chamusca. E o conselho de administração da instituição é presidido por Manuel Miranda do Céu, pai de Joaquim Rosa do Céu, e dele faz parte também Joaquim Garrido, que é empresário no concelho. Além da câmara, são parceiros neste projecto as instituições de solidariedade social do concelho e outras entidades ligadas às questões sociais. Os Contratos Locais de Desenvolvimento Social são um instrumento criado no âmbito do Plano Nacional de Acção para a Inclusão e resultam de candidaturas apresentadas com o objectivo de “utilizar respostas sociais concretas e de forma concertada, recorrendo a parcerias de âmbito local entre a Rede Social existente e os vários instrumentos disponíveis (como os serviços de emprego, de acção social e instituições)”, segundo refere o site do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.
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