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Produtores de milho temem cenário negro para a cultura na região

Produtores de milho temem cenário negro para a cultura na região

Área de produção tem vindo a diminuir por falta de aposta do Governo

O presidente da Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo, Luís Vasconcellos e Souza, diz que os produtores portugueses estão em desvantagem em relação aos espanhóis, que têm mais apoios.

A área de cultivo de milho no Ribatejo tem vindo a baixar, apesar das produções não terem ainda sofrido um grande decréscimo. Mas a situação tem tendência a piorar se não forem tomadas medidas de apoio a esta cultura, segundo defendeu o presidente da Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS), Luís Vasconcellos e Souza, numa conferência de imprensa na sexta-feira, 11 de Setembro, durante a Feira do Milho que decorreu em Valada do Ribatejo, Cartaxo. Luís Vasconcellos e Souza considera que o facto da cultura do milho não ter sido considerada estratégica pelo Ministério da Agricultura vai levar a que os agricultores venham a ter dificuldades. A que se soma o facto do ministro Jaime Silva ter acabado com a electricidade verde e a substituição das medidas agro-ambientais por apoios que entende serem desajustados da realidade portuguesa e que implicaram uma diminuição do número de produtores abrangidos. O dirigente associativo recorda que dos poucos contratos assinados com agricultores para ajudas ao investimento ainda ninguém recebeu o dinheiro. No entender de Luís Vasconcellos e Souza, a política actual para a agricultura portuguesa está a colocar os produtores de milho numa situação de inferioridade em relação aos espanhóis, que continuam a ter mais benefícios. “Conseguimos ter produções elevadas (sobretudo no Ribatejo) não temos é custos de produção iguais aos outros países. Em Portugal são mais elevados”, realça, acrescentando que a cultura deste cereal constitui das maiores receitas para a economia do mundo rural do país. Perante este cenário, a ANPROMIS defende que o ministro da Agricultura que assumir a pasta na próxima legislatura tem de ser uma pessoa mais ponderada e que reconheça a importância do sector no país. A política agrícola do Governo a sair das eleições legislativas deve ter em conta que o sector do milho “tem potencial e competitividade para concorrer com qualquer outro país, embora esteja debilitado pelo facto dos produtores não terem condições e custos de produção equiparados aos de outros países”, disse Luís Vasconcellos e Souza.Referindo-se ao sector como “a espinha dorsal da agricultura de regadio”, Luís Vasconcellos e Souza deixou alguns dados que, na sua óptica, comprovam a importância do sector. A cultura do milho ocupa 135 mil hectares de território agrícola num conjunto de mais de 70 mil explorações, que representam 60 por cento da área nacional de regadio, afirmou.Sociedade tem que chegar a um entendimento sobre milho transgénicoO presidente da Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo comentou a contestação que tem havido à existência de campos experimentais de milho geneticamente modificado no concelho de Salvaterra de Magos, dizendo que este é “um problema político no qual os produtores se viram envolvidos”. Luís Vasconcellos e Souza considera que esta questão merece que a sociedade chegue a um entendimento, a um consenso. Recorde-se que a câmara municipal é contra a existência de culturas de milho transgénico no concelho.Luís Vasconcellos e Souza sublinha que a postura dos produtores tem sido de produzir o que os clientes pedem, explicando que nos últimos dois anos estes começaram a interessar-se mais pelo milho transgénico mas continuam a manter uma posição conservadora e a maioria prefere o milho tradicional. O presidente da ANPROMIS lembrou que muita da roupa que vestimos provém de algodão geneticamente modificado, tal como muitos dos alimentos importados que se compram nos supermercados. O dirigente sublinha que os americanos produzem e consomem milho transgénico há dez anos e que até hoje ninguém morreu por causa disso. Luís Vasconcellos e Souza reafirmou que a cultura é segura e não representa riscos para a saúde nem para as outras culturas vizinhas, realçando que na Europa a posição em relação a este tipo de cultura é conservadora, pelo que, diz, “está a ficar fora de moda” e a “criar um mercado que é o seu mercado diferente dos outros”.Grupo Roques apresenta novo reboque para transporte de produtos agrícolasO Grupo Roques, sediado em Santarém, apresentou na primeira edição da Feira do Milho um semi-reboque inovador da marca Benalu. O equipamento é integralmente construído em alumínio, com uma capacidade de 90 metros cúbicos e indicado para o transporte de produtos agrícolas. A construção em alumínio permite uma maior durabilidade ao equipamento. Mas também tem a vantagem de diminuir o desgaste do veículo tractor, pelo facto de ser mais leve sem perder a resistência. Segundo nota da empresa, com este semi-reboque da marca Benalu, o Grupo Roques pretende reforçar a sua liderança no mercado nacional de semi-reboques feitos com alumínio. Para o director-geral do grupo Roques, José Manuel Roque, “depois de uma parceria de vários anos com a Benalu, a marca consegue continuar a surpreender-nos a nós e, com certeza, aos empresários do sector agrícola”. O Grupo Roques tem quatro décadas de existência e começou na área do transporte de passageiros. Actualmente dedica-se ao comércio e assistência a viaturas ligeiras e pesadas e aos equipamentos para o ambiente, tais como veículos para lavagem e limpeza de ruas, varredoras e aspiradoras para ambientes urbanos e industriais.
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