O secretário-geral do PS, José Sócrates, recordou terça-feira que o presidente da Câmara de Santarém, Moita Flores, já disse “o mais importante” sobre o que está em jogo nas legislativas, afirmando que não votará no PSD, partido pelo qual foi eleito e é recandidato.A passagem de José Sócrates por Santarém foi marcada pela controvérsia em torno do posicionamento político do presidente da câmara local, Moita Flores, eleito como independente nas listas do PSD, mas que condecorou recentemente o primeiro-ministro socialista e que já disse que não votaria no partido liderado por Manuela Ferreira Leite.A meio da acção de rua dos socialistas, José Sócrates foi questionado pelos jornalistas sobre se gostaria de ter o apoio de Moita Flores. Sócrates respondeu que sim, considerando que o autarca de Santarém “não tem partido” e ele, enquanto líder do PS, dirige-se nesta campanha “a todos os portugueses”. “O mais importante ele [Moita Flores] já disse: não vai votar no PSD. Por alguma razão isso acontecerá”, declarou o líder socialista, que ainda referiu que o pai de Moita Flores já esteve numa das acções de campanha do PS nesta campanha.Entretanto, no mesmo dia e também em Santarém, o cabeça-de-lista social-democrata às legislativas pelo círculo de Santarém, Pacheco Pereira, afirmou que gostava de ver toda a gente ao seu lado na campanha distrital e considerou que o autarca Moita Flores “fez uma opção errada”. Questionado se gostaria de ver ao seu lado na campanha distrital o presidente da Câmara Municipal de Santarém, Pacheco Pereira respondeu: “Eu gostava de ver toda a gente e acho que a opção que ele fez foi errada”. Por outro lado, Pacheco Pereira sustentou que o primeiro-ministro, José Sócrates, “anda a fazer uma marcação cerrada” à campanha do PSD no distrito de Santarém, disse durante a visita do PSD a Santarém. “Marcou uma iniciativa no mesmo sítio onde nós vamos estar, no mesmo dia”, apontou, referindo-se aos almoços de terça-feira das comitivas do PSD e do PS marcados para Torres Novas.