Tiago Relva
29 anos, Notário, Santarém
Quando era pequeno queria ser veterinário. Gostava muito de animais mas, na escola, desencantei-me com as ciências. Tenho mais jeito para letras. No 9.º ano estava indeciso entre Economia e Direito. Optei por Economia mas no 12.º optei por Direito. Sempre gostei muito de ler e escrever. E de argumentar. Foi isso que me levou a escolher. O meu pai também se licenciou em Direito. Tirei o curso em Coimbra. De Coimbra recordo, sobretudo, as amizades que fiz lá. Ainda hoje passamos os reveillons juntos e sempre que podemos fazemos jantares. A internet proporciona-nos isso. Todos os dias trocamos e-mails, alguns apenas com piadas. Somos todos colegas de trabalho e também vamos trocando informações. Sempre que entro em Coimbra sinto logo que estou noutro ambiente. A lei está sempre a mudar. O curso de Direito dá-nos apenas uma bagagem teórica. Depois de acabar o curso, em 2002, trabalhei dois anos como advogado e outros dois num cartório. No Notariado resolvemos as questões de uma forma mais rápida. Desde que tenhamos os documentos necessários, conseguimos tratar da situação em tempo útil. Isso acaba por ser muito gratificante. No tribunal as questões podem levar meses e até anos a ficarem resolvidas. Quando abri o cartório, as regras eram outras. A reforma foi interrompida de um Governo para o outro e isso é prejudicial para o cidadão.A minha vinda para Santarém deve-se apenas a razões profissionais. Nunca tinha estado em Santarém. Nem de visita. As licenças para os cartórios são atribuídas por concurso. Existe uma listagem de licenças disponíveis e, na minha altura, havia muitas na Grande Lisboa mas não queria ir para lá. Penso que Lisboa não tem a qualidade de vida que procuro. Prefiro estar numa terra mais calma. Santarém está perto de tudo e acabo por ter tempo para mim. Considero esta cidade bastante parecida com a Guarda.Gosto de viver aqui mas as touradas ainda não me conquistaram. A gastronomia também não, porque não sou um bom garfo. É engraçado porque esta é uma das zonas onde se come melhor mas não tiro proveito disso. Por norma, ao fim-de-semana saio daqui. Vou para Lisboa ou Coimbra. Há certas preocupações que se mantêm mas, por norma, consigo desligar facilmente do trabalho.Gosto de organizar as minhas tarefas de véspera. Não consigo deixar tudo para o próprio dia. Mas acabo por ter um dia-a-dia agitado porque acabamos por resolver certas situações de uma forma muito célere. Temos que verificar a legalidade dos documentos para que não haja quaisquer enganos. O nosso papel é de mediador. O notário redige o contrato mediante o interesse de duas partes. Temos um arquivo de consulta pública.Gosto de viajar, embora, por razões profissionais, não me possa ausentar por períodos muito longos. Já fui a vários países. Gosto de fazer o filme dessas viagens. Sou eu que faço a montagem, sempre de uma forma engraçada. Depois costumo mostrá-lo aos meus amigos e família. Gostei muito de Macau, Estados Unidos e do Norte da Europa. Fascina-me o lado prático dos nórdicos. Sou um apaixonado por alta tecnologia. Mantenho-me sempre actualizado em termos de informática. Estou sempre a ver o que saiu no mercado. Por exemplo, câmaras de vídeo, telemóveis ou computadores. As novas tecnologias facilitam-me a vida. Quando vou fazer um trabalho fora do cartório levo o computador e a impressora portátil e imprimo o documento no local onde estiver. Consigo aceder à facturação e à agenda a partir de casa e tenho sempre o e-mail no telemóvel. Elsa Ribeiro GonçalvesNasceu em Coimbra a 8 de Novembro de 1979 mas viveu a sua juventude na Guarda. Regressa à cidade dos estudantes com 17 anos para cursar Direito. Depois de quatro anos a trabalhar, Tiago Relva abre, em Janeiro de 2007, um Cartório Notarial em Santarém, cidade onde vive desde então. Solteiro, tem na alta tecnologia o seu principal hobbie e adora viajar pelo mundo, registando em fotografia e vídeo esses momentos. Apesar de não ligar a lemas de vida confessa que “não há melhor almofada do que uma consciência tranquila”.
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