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Uma voltinha na locomotiva 2501

Uma voltinha na locomotiva 2501

Maquinista na reforma há quase duas décadas, Henrique Fraústo Costa, 77 anos, conhece de cor os segredos da Locomotiva 2501 que, no dia 17 de Outubro, levou 88 passageiros numa voltinha improvisada entre o Entroncamento e Vila Nova da Barquinha. A máquina foi a primeira locomotiva eléctrica adquirida pela CP e entrou ao serviço em 1956/57. No início deste ano saiu de circulação e passou a ser uma das atracções do Museu Nacional Ferroviário do Entroncamento. Mas no último sábado foram muitos os que quiseram ir ver, ou rever, a velhinha locomotiva com uma potência de 2790 cavalos e que alcança uma velocidade máxima de 120 km/h. Grande parte dos presentes, gente de todas as idades, estava munida de máquina fotográfica para captar o momento. “Era uma máquina que trabalhava por electricidade. A corrente entrava pelos fios e o transformador fazia o resto. Aqui era o conta-quilómetros”, conta Henrique Fraústo Costa, com a sapiência própria de quem conduziu locomotivas durante 25 anos. Natural de Castelo de Vide, o alentejano veio para o Entroncamento com 18 anos para trabalhar no ramo ferroviário. Não chegou a conduzir os comboios mais modernos pelo que não consegue fazer comparações e recorda, sobretudo, os tempos em que o revisor saltava de carruagem para carruagem para conseguir fazer o seu trabalho e quando as pessoas não iam à janela porque o vapor lhes sujava a roupa toda. No sábado, não quis perder a oportunidade e veio vê-la de novo. Quando entrou para a carruagem da CP que estava acoplada à locomotiva sofreu um dissabor. Não tinha bilhete e os lugares estavam esgotados. A repórter de O MIRANTE encara os seus olhos tristes e cede-lhe o seu de boa vontade. Agradece e procura lugar. A Locomotiva 2501 saiu da linha 11, na Estação do Entroncamento, por volta das 11h15 e ao meio-dia já se encontrava de volta. Os passageiros desembarcaram na Estação da Barquinha, de onde nunca saíram, para a máquina efectuar manobras. Foi novamente acoplada e inverteu a marcha. Não havia vapor, nem o cheiro do fumo. Apenas uma chinfrineira quando a velocidade aumentava. Diz quem foi que não fora a emoção de saber que a carruagem estava acoplada a uma locomotiva poucas diferenças se notaram. Mas para Henrique Fraústo Costa, terá sido certamente uma viagem especial, agora na condição de passageiro. Elsa Ribeiro Gonçalves
Uma voltinha na locomotiva 2501

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