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Arminda Sequeira 48 anos, auxiliar de serviços gerais, Vale do Brejo, Azambuja

Arminda Sequeira 48 anos, auxiliar de serviços gerais, Vale do Brejo, Azambuja

“Trabalhei 14 anos com idosos e tenho pena que muitos passem os dias sozinhos e fechados em casa. Deveriam existir centros de convívio onde todos se pudessem juntar para conviver, falar das suas vidas ou dos seus problemas. Alguma entidade, fosse o prior da freguesia ou a câmara municipal, deveria fazer um esforço para criar um desses centros aqui no Vale do Brejo, por exemplo”.

As eleições vão mudar alguma coisa?Não sei, vamos ter esperança de que vai mudar alguma coisa. Temos de ser optimistas e acreditar. Eu fui votar em ambas, as legislativas e as autárquicas. É obvio que também não basta ser optimista mas também fazer algo concreto para que essa melhoria nacional e regional aconteça. Ganhe quem ganhar nós queremos é que alguns problemas da nossa terra sejam resolvidos, olhe, como a falta de esgotos que nos atormenta há anos.O que a preocupa na região?A nível de emprego acho que estamos bem e de saúde também, embora pudesse haver um hospital aqui mais próximo para não termos que ir a Vila Franca de Xira. Acho que me preocupa a terceira idade. Trabalhei 14 anos com idosos e tenho pena que muitos passem os dias sozinhos e fechados em casa. Deveriam existir centros de convívio onde todos se pudessem juntar para conviver, falar das suas vidas ou dos seus problemas. Alguma entidade, fosse o prior da freguesia ou a câmara municipal, poderia fazer um esforço para criar um desses centros aqui no Vale do Brejo, por exemplo. Muitos passam os dias sozinhos porque os filhos foram morar para fora e os poucos que ainda cá moram estão fora durante o dia a trabalhar. O mesmo se aplica às crianças, que não têm sítio nenhum onde brincar.Custa-lhe mais comprar uma garrafa de sumo ou atestar o depósito do carro?Atestar o depósito do carro custa mais! (risos) Mas como eu raramente bebo sumo não posso comparar. Mas tenho de encher o depósito para ir trabalhar todos os dias e sei quanto custa realizar trajectos longos durante o mês todo. Isto a nível do custo de vida está muito mau. Muito difícil mesmo.Deveria haver mais cultura no concelho?Sem dúvida. Acho que as pessoas precisam de mais coisas com que se entreter porque faz muita falta. Um teatro em Azambuja também não seria mal pensado. Ou umas sessões de convívio e de jogos populares. Enfim, tudo o que se faz nas outras terras e que aqui não se faz.As festas populares ainda são o que eram?Infelizmente já não, estão a perder-se as tradições todas. Antigamente fazia-se aqui no Vale do Brejo uma festa no Verão e outra no Natal mas isso acabou tudo, o que é uma pena. A única festa que agora se faz aqui é a procissão de natal, com a ajuda do prior de Aveiras de Cima. Só assim conseguimos que as pessoas se juntem mas apenas uma vez por ano.
Arminda Sequeira 48 anos, auxiliar de serviços gerais, Vale do Brejo, Azambuja

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