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Lendário Manuel Serra d’Aire

Rejubilei com a chegada a ministro do nosso patrício Jorge Lacão. Finalmente vamos ter um ministro que percebe como ninguém da área que vai tutelar. Vamos ter nos Assuntos Parlamentares um homem que praticamente nasceu deputado (foi eleito pela primeira vez em 1983) e que os compreende como um psicanalista entende os seus pacientes. Basta, aliás, ouvir falar o político de Abrantes para se perceber que ele não fala português mas deputadês. Uma língua erudita somente acessível a quem frequenta durante anos esse pequeno principado que é a Assembleia da República. E que tem como principal efeito secundário provocar uma feroz sonolência a quem a ouve. É por isso que os médicos desaconselham a audição de deputadês quando se conduz automóveis ou máquinas e sugerem que não se tenha sintonizado o Canal Parlamento na TV do quarto quando se está a praticar sexo. Ainda por falar em Parlamento: temos andado a laborar em erro acerca da questão das quotas para as listas concorrentes às eleições legislativas e autárquicas. Pensava eu, na minha pueril ingenuidade, que essa era uma forma de assegurar o acesso (pela força legal) das mulheres aos cargos de decisão política. Uma forma de tornar mais viçosos e bem-cheirosos os nossos executivos camarários e o nosso Parlamento. Mentira! Afinal tratava-se apenas de proteger os machos do avanço feminino.Basta olhar para alguns números para perceber isso. Após as últimas eleições, e feitas as contas, a Assembleia da República tem menos uma mulher (e logicamente mais um homem) do que na legislatura anterior. Outro exemplo: o executivo da Câmara de Santarém acabou o último mandato com três mulheres em nove vereadores. O próximo executivo só vai ter duas mulheres. E o mesmo se passa noutros pontos da região onde a representatividade das mulheres não só não evoluiu como até regrediu. Na Chamusca, por exemplo, o executivo é uma coutada exclusivamente masculina pois não há mulheres na vereação. No anterior mandato havia uma. Mais uma vez as quotas funcionaram exemplarmente a favor dos machos. Ah grandes marialvas!Onde os homens não entram é no concurso da Rainha das Vindimas do Cartaxo. A colheita deste ano não desmereceu das anteriores, mas o espectáculo começa a tornar-se repetitivo, chato, digno do Canal Parlamento. Não lembra ao Diabo que não haja pelo menos um desfile das candidatas em biquini, como em qualquer concurso de misses que se preze, para se poder fazer uma avaliação mais cabal das concorrentes. E se a organização quisesse ser arrojada poderia fazer ainda melhor. Como se trata de um concurso ligado à apanha das uvas, que tal as candidatas desfilarem apenas com uma parra a tapar as vergonhas? Como faziam Adão e Eva no Paraíso. E se aquilo era o Paraíso, talvez fosse por isso…Cumprimentos democráticos do Serafim das Neves

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