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Uma feira dois em um a que ninguém gosta de faltar

A ExpoCartaxo e a Feira dos Santos estão de volta de 30 de Outubro a 3 de Novembro e O MIRANTE quis saber junto das pessoas se os dois eventos só têm razão de existir em simultâneo e lado a lado. As opiniões e sugestões são variadas.

Custos elevados, más condições e pouca organizaçãoFilomena Fagulha, 42 anos, escriturária, CartaxoElevados valores de instalação, dificuldade de manobramento de máquinas para montagem dos stands e falta de condições do pavilhão são pontos negros que Filomena Fagulha aponta à organização da ExpoCartaxo no pavilhão municipal de exposições.Presença habitual na mostra económica a empresa para onde trabalha deixou de estar representada há três anos. “Há investimento muito grande para retorno que não se verifica e valores elevados que se exigem, aos expositores. Ocupamos muito espaço com grandes máquinas e ferramentas e deviamos ter melhores condições, como nos oferece a Fersant, até em matéria de preço”, refere Filomena Fagulha. Aponta ainda como aspectos a melhorar a sujidade do espaço, o vento que se faz sentir no interior e de organização do espaço, não misturando carros para venda com botijas de gás e vinhos logo ao lado. Sem esquecer o artesanato e os frutos secos.Pessoalmente e como socorrista da Cruz Vermelha, Filomena Fagulha costuma estar destacada para o certame. Sobre a mudança da feira ironiza que qualquer dia ficará em Vila Chã ou Santarém. Sobre a construção de um pavilhão multiusos que venha a receber a ExpoCartaxo, só acredita nessa realidade depois de estar construído.Pavilhão de exposições precisa de uma remodelaçãoEdite Costa, 46 anos, comerciante, Vila Chã de OuriqueA Expocartaxo é um evento ao qual Edite Costa não costuma faltar, até porque costuma dar apoio ao marido com os produtos da empresa que tem habitualmente em exposição. Gosta de ver que comerciantes lá estão, as novidades que são apresentadas e as pessoas que vêm de outros locais. Menos bem está o espaço do pavilhão de exposições.“A feira tem evoluído no sentido positivo mas o espaço precisa de obras. Está a ficar muito degradado nos tectos e falta climatização, ora porque faz muito frio ou calor. O pavilhão já está um pouco desactualizado”, confessa Edite Costa.A comerciante defende que ExpoCartaxo e Feira dos Santos estão interligadas e que uma desligada da outra não será a mesma coisa. “Não é habitual as pessoas irem em massa à ExpoCartaxo. Quem vai a uma local visita sempre o outro. Daí que tenho dúvidas se for por diante a ideia de separar pavilhão e feira para locais distintos”, sustenta. Edite Costa aproveita a presença no certame para almoçar nas tasquinhas. Na Feira costuma apenas comprar castanhas assadas, enquanto os filhos se divertem nos carrosséis.Mudar o local da feira é escondê-laIsabel Vitorino, 37 anos, cabeleireira, PontévelIsabel Vitorino costuma ir à Feira dos Santos por duas razões. Primeira, porque os filhos de cinco e 11 anos exigem andar nas pistas de carros e nos carrosséis, e tem de os acompanhar. Segunda, aproveita para comprar castanhas, nozes e frutas da época que, em seu entender, têm melhor qualidade que as do hipermercado.Estando na feira aproveita para visitar a ExpoCartaxo no pavilhão de exposições. “Penso que a área de expositores e empresas melhorou bastante e tem actualmente mais empresas representadas. Mas notei no ano passado mais empresas de fora do que do próprio concelho do Cartaxo. Se calhar algumas empresas de cá estão a passar algumas dificuldades e não podem suportar os custos de instalação”, analisa a cabeleireira. Isabel Vitorino não concorda com a mudança de local da Feira dos Santos, considerando que tal pode acabar com a tradição de as pessoas li se deslocarem. “É certo que se chove a feira fica ‘intragável’ mas com a mudança pode passar despercebida a quem circula na cidade”, conclui.ExpoCartaxo é montra de divulgação de empresas e dos seus produtosJosé Gomes, 43 anos, comerciante, Vale da PintaTendo já participado como expositor na ExpoCartaxo, José Gomes tem natural curiosidade em conhecer a realidade do certame. “Gosto de conhecer as actividades económicas, a parte de exposição comercial e também o convívio com os amigos nas tasquinhas. Não tenho sido assíduo mas vou lá com bastante regularidade. A ExpoCartaxo é uma montra para divulgação de empresas e dos seus produtos e serve também para conversas informais com potenciais e futuros clientes”, refere o comerciante que também costuma dar uma volta nos carrosséis na companhia da filha. O comerciante pensa que a ExpoCartaxo já merecia melhores condições de exposição como instrumento interessante de divulgação de empresas. Por isso espera que a construção do pavilhão multiusos esteja para breve, como sinal de dignificação dos expositores e dos seus produtos. Quanto à mudança da Feira para local distinta do certame económico, diz esperar que seja vantajosa. “Uma feira precisa de espaço e bons acessos”, conclui.Ver onde param as modasPaulo Lambéria, 40 anos, gerente comercial, CartaxoPaulo Lambéria dedica mais atenção às novidades dos stands da ExpoCartaxo do que à secular feira franca que se realiza no exterior do campo da feira. O comerciante costuma ver as novidades das empresas no dia seguinte ao da inauguração do certame para evitar a confusão da abertura. “Gosto de ver o que está exposto e onde param as modas. Ver o que se vende e o que se compra e as novidades apresentadas pelos expositores”, afirma. A Feira dos Santos já nada lhe diz. Por vezes são os filhos que o puxam para uma volta nos carrosséis e noutras diversões instaladas no campo da feira. “Caso contrário até não iria”, acrescenta.Lamentando que o trânsito já pouco passe na rua Batalhoz, considera que se for para melhor e dispor de estacionamento a mudança de local das feira pode ser positiva.Pavilhão novo pode chamar mais expositoresJacinta Leandro, 58 anos, comerciante, CartaxoDurante vários anos Jacinta Leandro expôs artesanato da sua autoria no pavilhão de exposições durante a ExpoCartaxo e foi mesmo das primeiras na zona junto às tasquinhas. “Apesar de não conhecer o que se passou no último ano, penso que a Expocartaxo tem crescido. Se for construído um novo pavilhão para realizar a Expocartaxo até posso pensar em voltar a ter um mostruário de artesanato”, analisa Jacinta Leandro.A comerciante diz que quando se têm filhos mais novos é natural ir à feira a proporcionar-lhes momentos de diversão. Pelo seu lado, não tem por hábito ir à feira secular, seja para ver comércio ou comprar frutos secos. “Isso compro cá fora sem ir para o meio da confusão”, graceja. Cada vez menos feirantes e animaçãoHelena Gonçalves, 35 anos, administrativa, CartaxoHelena Gonçalves costuma ir com frequência à ExpoCartaxo e à Feira dos Santos mas tem notado que nos últimos anos a tradicional feira franca não é a mesma coisa. “Tem havido muito menos feirantes, menos animação e alguns até estão menos dias. A seguir ao feriado de dia 1 já não está lá praticamente ninguém. Se calhar também tem a ver com a realização de feiras próximas, como a da Golegã e da gastronomia, em Santarém, que às vezes coincidem”, Justifica, acrescentando outro possível factor. “O espaço exterior é pouco convidativo pelas condições do terreno que fica enlameado se chover”. Helena Gonçalves lembra-se de em miúda brincar nos carrosséis e nos carrinhos de choque e dos tempos em que a feira se realizava em torno da praça de touros e no campo da feira, já com o pavilhão de exposições. Em ambos os casos, repleta de gente. Manter viva a tradiçãoMiguel Pedro Nunes, 37 anos, director técnico de farmácia, CartaxoSempre que pode Miguel Pedro Nunes gosta de passar pela Feira dos Santos e pela ExpoCartaxo para ver um pouco de tudo. As tasquinhas, os concertos, o pavilhão e ver como está a feira. “Gosto de ver as coisas relacionadas com a terra. Especialmente no convívio e no manter da tradição do contacto com a população para não se perder a proximidade com as mais coisas mais antigas do Cartaxo”, refere.Miguel Pedro Nunes diz que não sabia da ideia da câmara de deslocar a Feira dos Santos para junto de uma das rotundas da alameda norte mas considera que se forem criadas melhores condições até concorda com a ideia. “Se for para extinguir o que existe, já não tanto. Dentro da cidade a feira seria uma mais valia e tenho receio que possa vir a perder importância. Muita gente ainda se desloca a pé ao campo da feira”, exemplifica o farmacêutico.

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