A eleição da Mesa da Assembleia Municipal do Entroncamento teve que ser repetida porque, na primeira contagem de votos havia um voto a mais na urna. Foi um momento de algum embaraço, aquele que se viveu sexta-feira à noite no cine-teatro S. João, local escolhido para a tomada de posse dos eleitos para todos os órgãos autárquicos do concelho a 11 de Outubro.Com cerca de duas centenas de convidados na plateia do cine-teatro e os autarcas em palco, a repetição das eleições foi feita com recurso aos votos que tinham sido preparados para o caso de surgir uma segunda lista, tendo a lista única, apresentada pelo PSD sido eleita com 12 votos a favor, 9 em branco e 2 nulos. A presidente da Assembleia Municipal é Isilda Aguincha, secretariada por Fernando Barbosa e Fernanda Rolo, todos do PSD, partido que tem maioria absoluta naquele órgão.A repetição das eleições para a Mesa da Assembleia Municipal não foi o único momento desconfortável da noite. Após a tomada de posse da Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, quando se passou à eleição dos quatro vogais que acompanharão o presidente, Manuel Bilreiro (PSD) no executivo da Junta, o eleito do PS, Jorge Faria, protagonizou uma discussão com os elementos da mesa que conduzia os trabalhos. Segundo ele deveria ser dada possibilidade de surgimento de outras listas de candidatos para além da apresentada pelo presidente da Junta. Rui Sacadura (PSD) manteve que a lei apenas permitia a apresentação da lista do Presidente que foi aprovada com sete votos a favor contra seis em branco. Como não tem maioria absoluta naquela freguesia, o PSD aliou-se à CDU para obter aquele resultado. Os autarcas começaram a tomar posse por volta das 20h30 minutos. Primeiro os da Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, de seguida os da Assembleia de Freguesia de S. João Baptista e finalmente os da Câmara Municipal e Assembleia Municipal. Foram também votados os vogais das Juntas de Freguesia; Mesas das Assembleias de Freguesia e Mesa da Assembleia Municipal. Mora Leitão, médico aposentado, que presidiu à Assembleia nos dois últimos mandatos, despediu-se da vida política activa e foi aplaudido de pé pelos presentes.Os autarcas Executivo da câmara municipalPresidente – Jaime Ramos (PSD).Vereadores: João Fanha, Paula Costa e João Canaverde (PSD). Alexandre Zagalo e Henrique Cunha (PS) e Carlos Matias (BE). Mesa da Assembleia Municipal Presidente - Isilda Aguincha, 1º secretário Fernando Barbosa, 2º secretário Fernanda Rolo.Junta de Freguesia de Nossa Senhora de FátimaPresidente - Manuel Bilreiro. Vogais: David Ribeiro, Rui Sacadura, Felisbela Rolhas e Carlos Machado. Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora de FátimaPresidente - José Nogueira; 1º secretário, Rita Cebolais; 2º secretário, Maria José LemosJunta de Freguesia de São João BaptistaPresidente – Teresa Martins. Vogais: Adelino Lopes, José Terra, Ana Maria Lemos e Cátia BerteloAssembleia de Freguesia de S. João BaptistaPresidente - João Maia; 1º secretário, Pedro Malato; 2º secretário, Fátima Belo.Nota: Todos os autarcas das Assembleias e Juntas são do PSD, com excepção de David Ribeiro da Junta de Nossa Senhora de Fátima, que é da CDU.“Vou usar os poderes que tenho”O presidente da câmara, Jaime Ramos (PSD), que inicia o seu terceiro e último mandato, prometeu ser o presidente de todos os cidadãos do Entroncamento, “sem arrogância nem prepotência”, mas não abdicando de usar o poder que lhe foi eleitoralmente conferido pela maioria dos eleitores. “À semelhança do que aconteceu no passado estarei sempre disposto a ouvir as outras forças partidárias que fazem parte do executivo. Não quero ter a sobranceria do poder mas devo usar o poder que as eleições me conferiram”, afirmou. E deixou um alerta. “Espero muito sinceramente que, de futuro, não se confunda, como aconteceu no passado, prepotência com a competência que é atribuída por lei aos presidentes de câmara”. O autarca aproveitou o momento para responder às declarações do vereador do Bloco de Esquerda, feitas a O MIRANTE na noite das eleições. Na altura Carlos Matias disse que o eleitorado tinha valorizado “alguma obra de fachada que foi feita”. Jaime Ramos lembrou que as obras mencionadas tinham sido aprovadas por todo o executivo. “Se eram obras de fachada porque foram votadas por unanimidade?”.