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Entrevista de encenador de “Esteiros” a O MIRANTE no centro de debate

Entrevista de encenador de “Esteiros” a O MIRANTE no centro de debate

Agentes de desenvolvimento local voltaram a reunir-se em Vila Franca de Xira

Os problemas de que sofre a cultura na cidade de Vila Franca de Xira estiveram em debate alimentados pela recente entrevista do encenador do grupo de teatro “Esteiros”, João Santos Lopes, a O MIRANTE.

A entrevista do encenador do grupo de teatro “Esteiros”, de Alhandra, dada ao jornal O MIRANTE e em que João Santos Lopes acusa Vila Franca de Xira de ser “culturalmente inexistente”, alimentou uma conversa sobre os problemas da cultura na cidade. O pretexto foi mais um encontro de agentes de desenvolvimento local, que se realizou na noite de quinta-feira, 29 de Outubro, no auditório da junta de freguesia da cidade, que esteve repleto de participantes.O presidente do Grupo de Artistas e Amigos da Arte (GART) Jorge Alexandre, considerou as palavras do entrevistado “duras demais” mas reconheceu que os artistas de Vila Franca de Xira têm muita dificuldade em dar-se a conhecer ao público. “A arte é sempre um bicho de sete cabeças e é preciso ir às galerias mostrar o nosso trabalho”. Para o presidente da colectividade “também é difícil fazer muito quando se recebe muito pouco”. Lamentou receber “menos verbas anuais do que um grupo columbófilo” e recordou que as quotas do GART custam um euro por mês. “E temos 230 sócios”, rematou. O GART foi tido, aliás, como exemplo pelo bom trabalho que tem sido realizado na promoção dos seus artistas, quer a nível nacional como internacional. “Tivemos recentemente uma exposição no Brasil e no dia 19 de Novembro vamos realizar uma iniciativa de pintura ao vivo em Viseu”, informou Jorge Alexandre. Para o presidente da Cooperativa Alves Redol, Arlindo Gouveia, as críticas de João Santos Lopes “fazem todo o sentido porque é quase nulo aquilo que se faz em termos culturais na cidade comparativamente com os outros concelhos da área metropolitana de Lisboa, como Loures e Oeiras”. Arlindo Gouveia acrescentou ainda que a cultura na cidade é “absolutamente paupérrima” e que “nem um teatro temos em condições”, afirmou. Para Ana Gomes, outra das intervenientes no debate, “Vila Franca tem cultura, não tem é pessoas para a dinamizar”, apontando como exemplos “dias em que chega a haver três actividades em simultâneo, no Neo-Realismo, Biblioteca e Ateneu”. O matador de toiros Mário Coelho acusou na sessão a responsável da cultura do município de estar “afastada das raízes culturais da cidade” e deu como exemplo a forma como a responsável se expressa sobre a tourada, “que é um dos nossos símbolos, dizendo que se trata de um espectáculo do quarto mundo”, lamentou.Para Silvino Antunes, residente na cidade, “Vila Franca de Xira está a ser completamente apagada culturalmente pelos órgãos autárquicos” e acusou as principais instituições culturais do concelho, como o museu do Neo-Realismo e o Ateneu vila-franquense de “criarem programas afastados daquilo que as pessoas realmente querem ver”. Na mesma sessão concluiu-se que os vila-franquenses são os principais responsáveis pelo declínio das actividades culturais e das instituições que promovem a cultura na cidade. O crescente afastamento da população, a falta de programas que interessem ao público e a ausência de espaços culturais de qualidade como anfiteatros ou auditórios especialmente criados para espectáculos foram apontados como alguns dos problemas, que continuam a aguardar soluções. “Não basta dizer que somos vila-franquenses, é preciso mostrá-lo. E as pessoas estão muito afastadas deste processo cultural, de se aproximarem, conviverem e partilharem. Temos de reconhecer que ainda existe um grande caminho a percorrer do ponto de vista cultural”, lamentou o presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, José Fidalgo. Os encontros dos agentes de desenvolvimento local são uma organização da Junta de Freguesia da cidade e acontecem todas as últimas quintas-feiras de cada mês. O objectivo é encontrar, debater e partilhar o que de mais distintivo e inovador a cidade tem para oferecer, embora muitas vezes sirva também de barómetro para debater o que necessita de ser melhorado.
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