As centenas de pessoas que enchiam o Cine-Teatro de Ourém para assistirem à tomada de posse dos novos autarcas, levantaram-se numa ovação quando o novo presidente do município, Paulo Fonseca (PS), recebeu as chaves da câmara das mãos do anterior presidente e seu adversário nas eleições, Vítor Frazão (PSD). Fonseca foi à ponta do palco, ergueu a mão esquerda no ar com as chaves penduradas e abraçou o ex-presidente que tomou posse como vereador da oposição. Foi o primeiro sinal de emoção que iria minutos depois dominar o discurso de quem vai gerir os destinos do concelho nos próximos quatro anos. Apesar de ter maioria no executivo municipal, Paulo Fonseca não se pôs em bicos de pés e fez um discurso agregador, apelando à união e participação de todos. Garantiu que vai cumprir já em Janeiro a promessa da campanha eleitoral de fazer um congresso sobre o futuro do concelho de Ourém e para o qual quer a participação dos opositores. O autarca disse, entre uma salva de palmas, que vai convidar os representantes dos outros partidos para a comissão organizadora da iniciativa. E apelou também à participação das instituições e dos empresários. Paulo Fonseca, dirigindo-se às centenas de pessoas, entre os quais o ex-presidente da autarquia, David Catarino, que não completou o anterior mandato para assumir a presidência da Entidade Regional de Turismo de Leiria/Fátima, disse que “é preciso trazer para o concelho ambição”. E acrescentou que qualquer cidadão que bata à porta da câmara “tem que se sentir em casa e perceber que aquela é a sua casa, é a casa de todos nós”. O novo presidente desejou que Ourém seja um concelho ambicioso e de respeito uns pelos outros, pedindo que “nos deixemos de uma tentação de boataria que já está ultrapassada”, fazendo votos para que todos saibam sublinhar as qualidades uns dos outros para “chegarmos em conjunto mais longe”. Paulo Fonseca, que em alguns momentos do discurso não escondeu a emoção, disse ainda que em Ourém há espaço para todos, até para os que querem ficar no apeadeiro a ver passar o comboio do desenvolvimento a assobiar para o lado. Esses “também terão o seu espaço de liberdade que é ficar no apeadeiro a olhar para o lado”.Para este mandato em que pela primeira vez o PS está no poder, Paulo Fonseca prometeu “muito trabalho, muita ambição, muito respeito e muita democracia para marcar de uma vez por todas o futuro da nossa terra”, sublinhou. Depois do discurso, Paulo Fonseca demorou mais de meia hora a cumprimentar muitos dos que estavam a assistir e que não quiseram abandonar a sala sem cumprimentar o novo presidente e desejar-lhe sorte para os desafios que vai ter que enfrentar nos próximos quatro anos. Na cerimónia marcaram presença vários políticos da região, como a ex-deputada e candidata derrotada à Câmara de Alpiarça, Sónia Sanfona, ou o presidente da Câmara de Torres Novas António Rodrigues. Surpresa foi o aparecimento do antigo governador civil de Santarém e ex-presidente da distrital socialista, Carlos Cunha, que está há vários anos afastado da política.Paulo Fonseca prometeu “muito trabalho, muita ambição, muito respeito e muita democracia para marcar de uma vez por todas o futuro da nossa terra”, sublinhou.