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Quentes e boas só quando o frio aperta

Quentes e boas só quando o frio aperta

Umas quantas dúzias de castanhas assadas arrefecem em cima do carrinho de venda de Paulo Santos. É uma da tarde de domingo, feriado nacional, o dia mais forte da Feira dos Santos no Cartaxo. Para a venda de castanha é que não está fácil. Os visitantes e curiosos usam t-shirts e camisolas. Nem sequer sopra o vento. A castanha assada sabe melhor quando o frio aperta e o vendedor, residente no Forte da Casa, Vila Franca de Xira, lamenta as baixas vendas quando vão decorridos três dias de feira. “Isso está fraco. Até está bastante gente mas não compram. No mesmo sábado do ano passado tinha vendido saca e meia de castanhas. Este sábado vendi meia saca. Está muito calor para esta altura. Mais valia ter vindo vender gelados”, graceja o vendedor de 42 anos, que desde novo acompanhou o pai e lhe seguiu o negócio de ser presença habitual nas feiras anuais como as do Cartaxo e da Golegã. Paulo Santos faz-se acompanhar pela irmã, o cunhado e um irmão, cada qual junto a uma venda de castanhas. O seu posto é no início da rua Batalhoz, numa das entradas principais da feira. Fora das feiras anuais, trabalha na construção civil, mas diz que tomou o gosto à venda de castanhas desde miúdo. Elege a Feira da Golegã como a mais forte. “Costumo ficar na banca número dois, junto ao secretariado, e pago mais de 1.600 euros para ficar naquele lugar. O pior é se chove. Está tudo estragado”, garante quem já recebeu dois diplomas da capital do cavalo por melhor vendedor de castanhas assadas em 2005 e 2007.Cada canudo de uma dúzia de castanhas, feito no tradicional papel de lista telefónica, custa dois euros. O vendedor diz que não é caro e que há quatro ou cinco anos se tem mantido assim. Quanto a segredos para ter boas castanhas assadas, não há mistério. “Boa castanha vinda do norte, a quantidade de sal exacta, um golpe na castanha e lume quanto baste”, conclui. Ricardo Carreira
Quentes e boas só quando o frio aperta

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