Emissário da Espinheira por concluir há nove anos deixa esgoto correr a céu aberto
Moradores temem riscos para a saúde pública e exigem intervenção rápida
Os moradores da Espinheira, freguesia de Alcoentre, concelho de Azambuja, estão fartos dos esgotos que correm a céu aberto pelos campos agrícolas da localidade. Temem riscos para a saúde pública e lamentam que o problema já se arraste há nove anos.
Há quase nove anos que a rede de esgotos está concluída na Espinheira, freguesia de Alcoentre, concelho de Azambuja, mas quem ali mora tem de continuar a usar fossas sépticas. Tudo porque ainda não foi construído um emissário que transportasse os resíduos para o seu destino final.O resultado são maus cheiros frequentes, insectos, esgotos a correr a céu aberto pelo meio de fazendas agrícolas e muitas queixas de quem ali vive. “Todos os esgotos da terra vêm dar a este sítio, que é actualmente o fim da rede. Quando este compartimento enche por completo até levanta a tampa e depois espalha esgoto pela estrada toda. É uma vergonha”, acusa Pedro Martins, residente, a O MIRANTE. “O que tem acontecido às vezes é, numa das manilhas, virem com um camião cisterna despejar isto”, conclui.Outro morador, Manuel Silva, explica que “para minimizar o problema houve alguma autoridade que fez um “tubo ladrão” que desvia os resíduos para as fazendas e para as hortas”, não chegando a encher o compartimento. “É um caso de saúde pública”, alerta o nosso interlocutor. Os residentes dizem estar preocupados com a situação, não apenas pelo transtorno causado pelos maus cheiros mas também porque muitos dos vegetais vendidos nas praças e mercados do concelho de Azambuja são provenientes de campos agrícolas onde estas águas circulam livremente. “Acho que devia haver uma maior atenção dos governantes para estas questões. Uma das coisas que não compreendo é porque motivo eu tenho uma rede de esgoto à porta da minha casa e tenho de usar uma fossa. Mas quem mora na nova urbanização às portas da Espinheira já pode ter os esgotos ligados a esta rede. Depois claro, vai tudo para a rua, mas em frente das casas dos outros”, acusa Alberto Lúcio, residente.O problema foi abordado na última reunião de câmara de Azambuja pelo vereador António Nobre (CDU). “Já lá vão nove anos desde o contrato de concessão com a Águas do Oeste e este é um problema que continua por resolver”, alertou o vereador. O presidente da autarquia, Joaquim Ramos, informou que a câmara de Azambuja está atenta ao problema e que o local já foi visitado várias vezes pelos responsáveis para se estudar uma solução, que ainda não surgiu. “Ainda a semana passada nos foi apresentado um ofício da Águas do Oeste com todos os tempos e datas para o início das obras mas não aceitámos o que está proposto. Vamos marcar uma nova reunião com a empresa a fim de debatermos o problema”, informou o edil. O MIRANTE entrou em contacto com a Águas do Oeste para obter mais esclarecimentos sobre este assunto mas nenhuma resposta nos foi enviada até à data de fecho desta edição.
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